Cozinha
Deixei queimar o doce
que fazia com todo o cuidado.
Se eu tivesse treze anos:
descuido de criança.
Se fossem vinte e três anos:
desídia de mocinha
Se fossem trinta e três:
sobrecarga de trabalho.
Pequenos acidentes comuns,
na cozinha.
Mas eu tenho oitenta e três,
com certeza é Alzheimer.
Vão se fechar os portões
do meu último reino.
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 19 de outubro de 2020 11:55
- Comentário do autor sobre o poema: Conforme passam os anos enta, vão se fechando nossas áreas de ação, utilidade, diversão. A solução é inventar outras
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 39
- Usuários favoritos deste poema: Vinicius Paiva
Comentários9
Você é tão linda escritora, poeta!
Boa semana!
Muito obrigada, Lucita! Abraço.
Querida Cecília, sua mente não vai lhe permitir Alzheimer, apesar do grupo de risco em que você se encontra.( Estou nesse barco).
Boa sorte,
Um abraço.
Obrigada, Maximiliano. Espero ainda conviver lucidamente com vocês por alguns anos...Abraço
Poeta Cecília, só de ler suas poesias se vê que o Alzheimer, não irá se aproximar de você, todos nós estamos no barco da vida e sujeitos aos intepéries das dores, sinto-me honrada pela oportunidade de ler tão belas poesias. Gratidaão pela partilha!
Obrigada, Neiva. Estoum cuidando bem da minha lucidez. Quero ler muito vocês, ainda. Abraço.
Ah ! jovenzinha Cecilia, o coração e a mente de quem escreve tão lindamente, não a Alzheimer, que nos aquente... vamos seguir em frente, pois assim deixamos os jovens mais contente, por saber que viveremos através de nossos poemas eternamente. Abç,,,não esqueça de ir tomar a gotinha, da Sabin,,, eu ja fui. Abç. e desculpe a brincadeira.
Obrigada, Ary, pela mensagem rimada e animadora. Ainda vou conseguir ler você por um bom tempo. Abraço.
Assim seja. Boa noite
Deus deu ao poeta o dom de eescrever com sabedoria com variedades de temas, "cozinha" olha que doçura, quantos receitas já passaram pelas suas mãos. tenha certeza que não é alzheimer e um todos voltaremos a ser criança.
"Se eu tivesse treze anos:
descuido de criança.
Um grande abraço com sabor de DOCE!
OBRIGADA, ERNANE, PELO COMENTÁRIO ANIMADOR E PELO ABRAÇO DOCE. OUTRO PARA VOCÊ.
Cecília, adoro seus textos! E o desdobramento das fases da vida é como um desabrochar de flor, é um milagre, é uma benção e, nessa estrada já tão ida, você faz nascer sentimentos e emoções com os frutos da sua sabedoria, das suas ricas palavras, habilidade da escrita, criatividade poética e muita jovialidade em versos...
Somos para sempre! E os poetas são ainda mais para sempre!
Abraço
Hébron, agradeço, encantada, suas palavras animadoras. Você não avalia o prazer de uma velhinha ao saber seus textos ainda apreciáveis! Abraço.
Com, certeza, como os colegas já disseram, com esse dom e mestria com que escreves, querida Cecília, ainda vai nos brindar com sua arte por muito tempo.
Grande abraço.
Muito obrigada, Edla! Pretendo ler você muito tempo, aqui e no Insta. Abraço.
Querida Cecilia, que satisfação são seus versos; estava com saudades...
O.que entendi nos quatro anos de Análise, hipnose e tais, foi que quando temos a consciência da loucura, é que não somos loucos; o que deve funcionar para o "Alemão"...
De qualquer forma, fico com o Opiário, de Fernando Pessoa: "É antes do ópio que minha mente é doente..."; acho que antes da Poesia, talvez eu fosse... tem uma musiquinha antiga, nem sei se tem no YouTube; sobre uma vozinha caduca, que salga o café e põe açúcar no feijão; não é o nosso caso, ainda... kkkkk... beijos, amiga!
Obrigada, Chico Lino. Não troco os temperos ainda, mas queimo as panelas...Abraço.
Dona Cecília, como gosto dos seus textos.
Obrigada pela oportunidade
Beijos
Beijos, Cláudia. Não é uma delícia este espaço?
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