PANDEMIA
Meus olhos pequenos, enrugados,
atrás dos óculos.
Meu sorriso fácil e sincero,
atrás da máscara.
Faz frio, uso um gorro de lã,
casaco e luvas.
Ninguém me reconhece, é claro.
Com minha vista fraquinha,
todos encapotados e mascarados,
também não reconheço ninguém.
Tanto faz continuar presa em casa,
como dar uma fugida, para onde for.
Quem sou eu, mesmo?
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de agosto de 2020 11:23
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 33
- Usuários favoritos deste poema: Romárico Selva
Comentários10
Boa tarde, amiga Cecília. Muito bem versado, por esse momento! Vejo-me assim também, aonde vou( muuuiito raramente) parece que não sou ninguém.
Mas vamos vencer!
Grande abraço
A gente se reconhece no olhar e no semblante das pessoas. Sem esse espelho fiel, ficamos perdidos. Abraço
Reflexiva poesia ! "Somos o que , afinal? nessa Dimensão, dentro da Imensidão sem fim ou final" ! Paz e Bem Poetisa ! Beijusss
Quem me garante que eu ainda sou eu, se não tenho o retorno diário no rosto dos amigos? Obrigada, Vandinho.
Obrigada, Vandinho. Ao fim e ao cabo, vamos aprender muito com a pandemia!
Parabéns pelo poema
Verdade nos teus versos
Parabéns.
OBRIGADA, CORASSIS,por me haver lido e opinado. Abraço,
Boa noite poeta.
É... O mundo mudou e vai mudar mais ainda....
1 ab
Nelson, nós mudamos também, às vêzes acompanhando o mundo (ou sendo arrastados por ele), outras fincando o pé nas nossas crenças. São vocês, amigos, que vão dando a nota, se nos ajustamos , ou não. Abraço
Realizamos a vontade de sermos aquela "mosquinha", para estarmos onde menos nos esperam; o que não esperávamos, é que todos tornaram-se "mosquinhas".
Conversava sem máscara, à distância com um vizinho tb sem máscara; chegou o irmão dele mascarado; eu disse: antigamente, quando víamos alguém mascarado, tendiamos a chamar a polícia; hoje é vc que está mascarado que chamaria a polícia por estarmos desequipados... e assim passamos os dias...
Acho que nós teremos que nos reinventar, quando a onda passar. Muitos já não nos reconhecemos...Abraço
Às vêzes, nem nós mesmos... kkkkk
Mas bah ... Belo registro, poetisa.
Importante e oportuno.
Teu poema me fez lembrar de um
poema meu, cujo título é: TEMPO SINISTRO. Parabéns. Um quebra costelas pra ti.
Obrigada, Dr Francisco, por ter-me lido e opinado. E muito prazer, é a primeira vez que falo com o senhor. Como comentei com alguns, é o retorno dos olhares, dos sorrisos ( ou caretas) dos outros que nos revela o que somos, ou nos tornamos. Outro abraço.
Chico Lino, o mundo está mesmo muito sem graça com tantas medidas de proteção.! Abraço
"Eu estou aqui pra provar
que eu sou eu
Vim desfazer essa dúvida cruel
Pois só de te mostrar que não sou outro
Eu já me sinto outro, já valeu"
Obrigada por comentário em forma de ótima quadrinha. desculpe a intromissão, ficou mais bonita, para o meu gosto, emendando os dois primeiros versos...
Perfeito.
Obrigada, Romarico, por me haver lido e opinado
Outro poema perfeito.
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