Cecilia

Mesa

                 MESA

 

Era em torno da mesa

que a gente se sentava.

Reunia.   Comungava.

 

Tantos laços,

tecidos com o tempo.

Muitos entretecidos com o alimento.

 

A família toda, e ,muitas vezes,

parentes e amigos, amigos de amigos,

hóspedes, visitantes...

 

Manhã, tarde, noite,

Todos os dias, a mesa cheia...

Aniversários, noivados, casamentos...

Todos juntos, na alegria

da família grande, da mesa farta.

 

Tantos laços eternos

esgarçados!

 

Não nos sentamos mais, todos juntos,

à mesma mesa.

 

Merecemos a excomunhão?

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de Julho de 2020 14:46
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 31

Comentários7

  • Nelson de Medeiros

    Claro que não poeta. Azimades e amores sinceros trspassam o tempo

    1ab

    • Cecilia

      Muito obrigada, Nelson. Abraço

    • Lilian Fátima

      Um poema notável. Parabéns

      • Cecilia

        Muito obrigada, Lilian. Abraco

      • CORASSIS

        Linda nostalgia !
        Lembranças meigas
        Parabéns nobre poetisa Cecilia

        • Cecilia

          Muito obrigada, Corassis. Grande abraço

        • Chico Lino

          Cecilia, abolidos os rituais de comunhão, não há que se temer a excomunhão; o que ficará, estaremos compartilhando aqui, como último recurso para reter por algum tempo, o que foi de todos nós; se bem que, já pensei em gravar no granito mesmo sem saber se teremos leitores. Porém, quando vi a pedreira, desisti... Tão espetacular como o envio ao espaço profundo, da Pioneer 10, em 1972, levando em placa de ouro, informações sobre os humanos. Viu, como há poesia nos cientistas?

        • Cecilia

          Muito obrigada, Chico Lino. Com o tempo, a pandemia, e também os desencontros, esfacela-se a comum-união familiar dos primeiros anos, e temos saudades. Obrigada por sua atenção. Gostei muito de ser paparicada assim.

        • Maria Lucia

          Mesa! Eis ai um movel de uma residência que eu tenho como extensão da família.
          E o teu poema me emociona por que a mesa lá de casa onde se sentaram quatro, hoje , nem eu. Um vaso de flor e uma toalha de crochê, pra não ficar tão abandonada.

          Cecília, bravos! Parabéns. Seu poema me fez viajar. Beijinhos poéticos!!

          • Cecilia

            Muito obrigada, Maria Lúcia. Tenho saudades das frutas e comidas sobre a mesa, e dos risos ao redor...

          • Ema Machado

            Um belo poema nóstalgico, deliciosa leitura, como as reuniões em família de tempos atrás...Abraços



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