O médico Sávio Pinheiro, 63, trabalha há mais de 40 anos no interior do Ceará. E ele encontrou na literatura de cordel uma forma de conscientizar a população não apenas sobre a covid-19, mas também sobre outras doenças.

Pinheiro, que hoje reside em Juazeiro do Norte, percebeu que precisava, agora mais do que nunca, de um modo lúdico de conscientizar seus pacientes quanto a importância da saúde. E foi assim que tudo começou.

Quando tudo começou para o médico cearense

Quando o médico foi para o interior do Ceará, ele conta que lá precisavam de um médico que fizesse de tudo: operar, engessar, fazer parto, fazer algo de ortopedia, etc. Ele conta que os médicos especialistas não sobreviviam muito ali, pois se precisava de um médico mais generalista.

Mas depois que o sistema único de saúde (SUS) começou a trabalhar com o que hoje e conhecido como “médico de família”, ele conta que sentiu que precisava encontrar um modo de se comunicar melhor com a população.

Passando a trabalhar com pessoas com hipertensão, diabetes, tuberculose, gestantes, entre outros grupos, trabalhando com a comunidade, ele diz que sentiu necessidade de ter um diálogo mais abrangente e encontrou o que precisava na literatura de cordel.

Atualmente, o médico se divide entre os municípios de Cariús e Farias Brito, onde trabalha como médico na rede pública, e Várzea Alegre e Iguatu, locais onde trabalha em hospitais particulares.

Desde quando era estudante, o doutor Pinheiro conta que gostava de escrever, sejam paródias ou versos de poemas, contudo, naquela época, ele ainda não tinha uma relação com o cordel. Mas os resultados que teve com os materiais com o uso dele reforçaram ainda mais sua aplicação.

O médico já produziu cordéis de variados temas como hanseníase, problema de fígado, coração, etc.

Atualmente, o médico Sávio Pinheiro é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.