Às vezes me pergunto onde foi parar aquela impulsividade com impetos veementes que me regiam os atos juvenis. Eles me empurravam para ações nem sempre ajuizadas .
...lá ia eu,por mares nunca dantes navegados e ousava sair das linhas memarcadas mas, só um pouco.
Mesmo ainda na adolescência,onde imperava o coquetel de hormônios,não dava vazão aos desejos. Tinha sempre nas mãos as rédeas dos proibidos anseios Meu adestramento foi perfeito.
Hoje sei. Aprendi que a razão,em estado febril,justifica nossos atos impensados e afoitos produto de um coquetel hormonal a base de testosterona que turbina nossa " coragem de fazer".
Eu ia singrando os mares da vida,navegando com ventos contrários. Nunca perdi meu leme. Hoje,ter beijado tão pouco,lamento.
Ato 2
Amei pela adolescência afora,sem nunca confessar,muito menos transgredir as normas da boa conduta inscritas no catecismo socio_ religioso para mocinhas. Para os homens tudo sempre foi permitido.. já as mulheres,tinham que guardar a castidade,serem imaculadas para casamento arranjar . A este catecismo obedeci de A a Z.Casei virgem,inexperiente. Mas,já tinha um bom marido: dois cargos públicos conquistados em concursos.Era independente!
Entrava já na idade adulta,com nova responsabilidade: ser os pilares da nova família a vir.Nada sabia de sexo mas,fui desvelando seus segredos. Eu,amadora,fui me transformando na coisa amada. De tanto imaginar,não precisava mais recorrer a' imaginação pois concretização a ação desejada no outro corpo que me completava.Em mim mesma,eu tinha a parte desejada
Tinha consciência de meu estado incerto,vivia de árvores tremendo mas,não era de frio nem de calor .Tinha tudo que queria mas abarca o vazio.
Maria Dorta 22_12_2021. Escrito originalmente em 14_07_2014
- Autor: Maria dorta (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 22 de dezembro de 2021 00:22
- Comentário do autor sobre o poema: Registros de anseios antigos. Capítulos de uma história de vida
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 36
Comentários7
Boa tarde poeta.
Ah! Confissões da mocidade! Como nos são caras!!!
Muito bemd escrito.
1 ab
Não tem mesmo jeito,de repente exsuda e cria vida própria. Sabemos nos,poeta, como é boa essa catarse. E já não me censuro mais! Grata pela tua ilustre presença. Ela bem me faz!
As lembranças da mocidade sempre inspira belas composições. Parabéns! Desejo boas festas e um ano novo de inspirações!
Quanta generosidade! Agradeco_ te a presença na minha página. Feliz Natal,feliz Tudo para ti hoje e sempre!
Bela reflexão Maria Dorta, a nostalgia faz dessas coisas , nos inspiram... Gratidão pela partilha!
Chega um tempo de reminiscências e a ele a gente se rende, grata pela leitura.
Sou uma grande admiradora sua.
Você tem sabedoria no que escreve e no que comenta.
Adorei ler e reler suas confissões e muito me identifiquei com várias delas.
Feliz Natal para você e sua família.
grande abraço
Grata pelas tuas palavras,são ventos suaves na manhã de calor! A idade às vezes nos dá coragem de abrir o baú dos guardados,sem medo. Muita luz,saúde,paz e inspiração para você em 2022.
Linda e corajosa confissão, que traduz o perverso legado patriarcal.
Sempre há tempo para lagarta virar borboleta e voar livre.
Parabéns.
Gratidão pela interação. Tens razão: hoje tenho asas treinadas.rsrs feliz 2022!
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