AGRO
O homem se espreguiça, esfrega os olhos,
abre a janela, agradece à alvorada,
que se anuncia no leste.
Lava o rosto na água fria,
sorri estremunhado para a mulher
que esperta as labaredas no fogão de lenha.
Agradece o cheiro do café,
o canto do galo, o ressonar das crianças.
Calça as botinas pesadas, chama o cachorro,
Pega a marmita, levanta a enxada.
Tardezinha volta, se lava,
sorri para a mulher no tanque,
afaga os meninos no terreiro,
guarda a enxada até amanhã.
Todos os dias vigia: a semente brotando,
a planta que viça, a espiga que se se curva,
loura e pesada, cheia de sol e de vida.
Todos os dias vigia: os caprichos da chuva,
o crescer de ervas daninhas, a invasão dos insetos.
O alimento que ele arranca da terra
nós consumimos distraídos, apressados, preocupados
com as calorias de meio pãozinho francês.
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 19 de outubro de 2021 11:50
- Comentário do autor sobre o poema: Descrição, meio romântica, do Agro do meu tempo, quando as pessoas não valorizavam o trabalho do campo.. Mesmo agora, com poderosas máquinas colhendo toneladas de grãos, com todos os setores agrícolas crescendo, segurando a economia do país e a fartura da nossa mesa, muitos de nós ainda não reconhecem o valor do Agro..
- Categoria: Não classificado
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Comentários8
Bom dia poeta.
Ah! Quem conhece o meio valoriza o agro.
1 ab
Obrigada, estou defendendo a minha gente. Abraço
Um poema interessantíssimo!
Abraço, poetisa
Obrigada, Hébron. Quis levantar o assunto da importaância da atividade agricola.. abraço.
Boa tarde, amiga Cecília!
Moro atualmente numa cidadezinha do interior, vejo de perto o que eu não via quando criança e adolescente : o esforço de quem vive com as mãos sujas de terra e a pele queimada do sol que, quando nasce, já estampa o brilho do suor dos que pegaram na enxada ainda no escuro.
Muito reflexivo seu poema, muito bonito!
Meu abraço!
Juro que ontem eu já havia lido e agradecido sua mensagem, Edla! Agora os tratores tem ar condicionado, mas essa atividade pesada e cheia de riscos é que nos enche a mesa. Abraço
Devemos valorizar o trabalho arduo , dos irmãos do campo!
Parabéns Cecilia .Abraço
Obrigada, Corassis. Gostaria que todos olhassem assim, com com respeito e carinho para nós, agricultores. Grande abraço.
Parabéns, Cecília! Uma narrativa exata de como era a vida no campo. Estive em uma roça recentemente, onde pude reviver, o que você descreve com tanta propriedade. Abraços a poeta, Cecília.
Obrigada, Shmuel. As roças modernas cobrem milhares de hectares,
os confinamentos engordam centenas de bois, a nossa produtividade é das melhores do mundo, os pequenos agricultores também cres. Grande abraço.cem com esse pro gresso
Obrigada, Shmuel. As roças modernas cobrem milhares de hectares,
os confinamentos engordam centenas de bois, a nossa produtividade é das melhores do mundo, os pequenos agricultores também cres. Grande abraço.cem com esse pro gresso
Parabéns, dona Cecília!
Belíssima homenagem de quem realmente sabe o que escreve e escreve lindamente.
Estou te esperando para o nosso café.
beijos
Obrigada. Soube que você quebrou o braço. Vou logo, por favor, mande o edereço no meu e-mail. beijo.
oi dona Cecília, nem estou podendo escrever mais aqui, mas não deixo de ler e curtir as poesias. Fo justamente o braço direito. Vou te ligar. beijos
Cecília, sua bela descrição é da Agricultura Familiar como a conhecemos outrora e ainda hoje abastece nossas mesas… as mulheres, há mais de dez mil anos, conceberam…
Belíssimo poema nobre poetisa... quanta nobreza nesse povo do campo que nos alimenta! Amei!
Bárbara, obrigada pelo seu comentário. Agora a vida rural não é tão romântica, mas segue dura e dependente dos caprichos do céu...Compensa saber que produzimos sempre mais alimento. Abraço
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