Vigiados, vivemos nossas vidas,
sendo, obviamente, consumidos
e, sem perceber, consumimos
o que impõe quem nos vigia.
“Big Other” controla e convida
à cultura da vigilância
estimulando com afinco
o consumo sem relevância.
Somos vigiados e classificados,
reconhecidos por face e voz.
Submissos entregamos calados
vida e dados ao nosso algoz.
Tecnologias subvertidas capitulam
e agora, programadas para vigiar,
nos reconhecem fantoches, rotulam
e dizem como e onde comprar.
Sob o pretexto da confiabilidade,
relações humanas são descartadas,
substituídas pela impessoalidade
de virtuais “algoritmos de Big Data”.
- Autor: Helio Valim (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 22 de fevereiro de 2021 17:47
- Comentário do autor sobre o poema: Big Other: Segundo o livro Tecnopolíticas da vigilância - perspectivas da margem, da editora Boitempo, - Comunicação e informação, “O desenvolvimento tecnológico em torno da captação, do processamento, do armazenamento e da correlação de dados produziu novas formas de vigiar e ser vigiado. Desde as câmeras de vigilância, o rastreamento de compras e as operações algorítmicas nas tecnologias digitais até o uso de chips e drones, as teias da vigilância se alastram, tornando-se não somente temidas, mas também banalizadas, naturalizadas e muitas vezes desejadas.”
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 21
Comentários5
Fantástico! Penso muito sobre isso, e você conseguiu colocar em poucos e magnânimos versos o que ocorre. Parabéns, tiro o chapéu!
Olá Ema, muito obrigado. Fiquei extremamente feliz com o seu comentário. O tema não possui poesia, mas como minha proposta é a crônica poética dos nossos dias, creio que a temática pode ser tratada, com alguma poesia, na forma de um poema. Um grande abraço.
Muito bom, Helio!
Tema moderno, não é fácil fazer poesia com essa complexidade.
Um tempo atrás, em um curso sobre proteção de dados dessa nova lei, a LGPD, o professor disse que o 'petróleo' fa modernidade é a exploração e o mercado de dados pessoais... Eu acreditei!
Abraço
Obrigado Hébron, Sem dúvida a nova "commodity" é a informação que vem dos dados de todos nós. Um grande abraço.
Nossa , verdades que diariamente nos faz pensar, são versos que formas estrofes que convida a uma reflexão sobre nosso cotidiano diante das redes sociais... Estamos sendo vigiados , com certeza e seus versos acordam... Abraços e ótima semana poeta Hélio Valim
Obrigado Neiva Dirceu, pela leitura e comentário. Reflexão é o que todos nós, poetas, desejamos obter com nossos poemas. Um grande abraço e uma ótima semana.
Estamos a mercê da tecnologia , para o bem e o mal !
aplausos que é uma época gloriosa para esta geração,
parabéns pela crônica poética,
abraço amigo.
Olá Corassis, obrigado pelo gentil comentário. O problema não está na tecnologia e sim como ela é empregada. Um abraço meu amigo.
Genial e oportuno, Hélio! O pior é que, tão vigiados, passamos a vigiar, cobrar, julgar... Isso nos desmerece, despersonaliza, engloba na massa. Obrigada.
Obrigado Cecilia. Seu comentário resume, com precisão, mensagem do poema. Concordo plenamente. Um abraço.
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