Vigiados, vivemos nossas vidas,
sendo, obviamente, consumidos
e, sem perceber, consumimos
o que impõe quem nos vigia.
“Big Other” controla e convida
à cultura da vigilância
estimulando com afinco
o consumo sem relevância.
Somos vigiados e classificados,
reconhecidos por face e voz.
Submissos entregamos calados
vida e dados ao nosso algoz.
Tecnologias subvertidas capitulam
e agora, programadas para vigiar,
nos reconhecem fantoches, rotulam
e dizem como e onde comprar.
Sob o pretexto da confiabilidade,
relações humanas são descartadas,
substituídas pela impessoalidade
de virtuais “algoritmos de Big Data”.