Poeta premiado, Maílson Furtado, conta sobre isolamento em sua cidade natal com 20 mil habitantes

Vencedor do Prêmio Jabuti em 2018, o poeta Maílson Furtado conta como tem sido a quarentena em sua cidade.

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Com menos de 20 mil habitantes, Varjota, município do Ceará, agora vive reclusa após o primeiro caso de Covid-19 ser confirmado.

O isolamento por lá tem sido bastante tenso, ao ponto da maioria desses habitantes do sertão nordestino apenas tratarem vizinho com vizinho, conforme relata o próprio poeta e produtor cultural. Ou seja, quem mora num bairro evita ir para outro.

Maílson Furtado, que foi o primeiro escritor independente a ganhar o mais importante prêmios literário do Brasil, está também em quarentena na pequena cidade de Varjota que, inclusive, é a cidade onde ele “quase nasceu”.

 

Sobre Maílson Furtado

Ele, que também é dramaturgo e ator, nasceu em Varjota, contudo, teve seu registro de nascimento feito na cidade vizinha, Cariré. Isso porque na época Varjota ainda não tinha maternidade, assim, seu pai, um agricultor e bodegueiro, e sua mãe, uma dona de casa, tiveram que ir para Cariré.

Aos 27 anos de idade, ainda jovem, ele conquista dois prêmios Jabuti, um de melhor livro do ano e um de melhor livro de poesia. Segundo Maílson, obras que lhes serviram como inspiração foram “a Dívida Comédia” e também “A invenção do mar” do poeta Gerardo Mello Mourão.

O poeta é adepto do lema “faça você mesmo” (o traduzindo como “se vira”). Nisso, ele foi o responsável por editar, diagramar e ilustrar a maioria dos seus livros independentes.

E o mais notável é que a sua cidade, com menos de 20 mil habitantes, não contando com uma grande editora e nem ele contando com uma equipe para fazer o marketing para suas obras, ali ele conseguiu vender mais de 4.500 exemplares de seus livros.

O poeta ama sua cidade, tanto que ele não pretende sair do sertão, tanto que ele dedicou um poema longo em homenagem a ela com o livro “A cidade, qual foi ganhador do Prêmio Jabuti e qual o fez ser recebido com carreata pela cidade por sua conquista.

Como ele é acostumado a viver longe das grandes capitais, a quarentena parece não ter lhe afetado tanto. E semanalmente ele tem usado as redes sociais para fazer lives com outros artistas e escritores.

Mas uma das coisas de quem sentido falta são das pessoas que no finalzinho da tarde sentam-se nas calçadas e dos bares locais, agora fechados por tempo indeterminado.

Com a pandemia, ele adiou o lançamento de dois livros para o próximo semestre.

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