O poeta de 81 anos que mantém viva a tradição poética do Afeganistão

Atrás das paredes da Biblioteca Pública Cabul está o poeta que é conhecido como guardião do passado poético do Afeganistão.

O poeta de 81 anos que mantém viva a tradição poética do Afeganistão

Ghulam Haidar Haidari Wujodi, com seus 81 anos, segue mantendo viva a tradição da poesia sufi afegã.

A Biblioteca Pública Cabul (Kabul Public Library) foi construída há mais de 55 anos, sendo uma estrutura simples com apenas três andares. Essa biblioteca, que fica ali entre os edifícios do governo, é um lugar calmo, sendo visto até mesmo como um oásis, diante da turbulenta vida na capital.

O poeta afegão conta que a poesia do Afeganistão é profunda, contendo elementos do espiritualismo e o que os afegãos entendem por transcendental.

Ali o poeta passa suas horas, envolto em livros.

Há uma janela de vidro com um buraco, logo acima de sua cabeça, devido a um carro bomba que explodiu logo ali perto um ano antes. E essa marca é uma lembrança do que o povo vive constantemente em Cabul.

 

Um pouco sobre a vida de Wujodi

Wujodi nasceu em Panjshir, localizada no nordeste do país, mas tempos depois se mudou para Cabul, impulsionado pelo sonho de tornar-se poeta publicado.

Ele passa depois a fazer parte da Associação de Poetas, uma associação criada por dramaturgos, professores, poetas, entre outros artistas de todo o país.

Wujodi conta que os poetas jamais tiveram esse tipo de experiência de compartilhamento, de apoio.

E depois veio outro projeto: a fundação da Biblioteca Pública de Cabul no ano de 1966. Essa é a única biblioteca pública que pertence a Cabul e a mais antiga bibliotecas públicas do Afeganistão (e uma das poucas também).

Wujodi já se aposentou fazem alguns anos, porém ele não abandonou o local, todos os dias ele está ali na biblioteca, um local que tornou-se a sua casa.

O poeta conta que não existem muitas biblioteca no Afeganistão e nem mesmo muitos recursos para a preservação de livros.

Mas ele conta que essa inciativa busca conhecer melhor o mundo, obtendo conhecimento sobre as artes, cultura e políticas em outros países, assim, as bibliotecas são fundamentais para isso.

E ali, na que ele chama de pequena e velha biblioteca, eles vão construindo uma coleção de livros e o poeta se orgulha disso.

Comentários1

  • Maximiliano Skol

    Coitados do sofrido povo Afegão, que Alláh lhes permita muita paz com a saída do exército americano em setembro próximo. E que mantenha a tradição milenar do seu país.

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