Aos quase 88 anos, a poeta Maria Lúcia Alvim publica um livro que estava engavetado por 38 anos. “Batendo pasto” estava programado para ser lançado apenas após a morte da autora.
Felizmente, essa obra vem até nós com a poeta ainda viva e o mesmo foi lançado neste mês de agosto pela editora Relicário.
Sobre Maria Lúcia Alvim e seu livro póstumo
Maria Lúcia Alvim vem de uma família de poetas e o seu último livro foi publicado há cerca de 4 décadas. O poeta paulista Ricardo Domeneck, que é um dos responsáveis pelo lançamento da obra, declara que esse acontecimento é um pequeno milagre.
A poeta, e também pintora, nasceu em Araxá, município de Minas Gerais, mas desde o ano de 2011 que ela vive em um lar para idosos em Juiz de Fora. Ao longo de sua vida ela publicou cinco livros e mais uma coletânea de suas obras. Ela ainda realizou exposições de artes plásticas.
Um de seus livros, “XX Sonetos”, foi reconhecido com o prêmio da Gazeta de Notícias, de São Paulo.
Maria Lúcia Alvim conta que as pessoas pensavam que ela havia morrido. Ela conta também que foi “redescoberta” com a ajuda do poeta Guilherme Gontijo Flores, o qual comprou o volume de seu livro “Vivenda” (que reunia poesias dela de 1959 a 1989), e também de Ricardo Domeneck (que vive em Berlim).
Os dois entraram em contato com Maria Lúcia. E quando Domeneck esteve no país, ele foi ao encontro da poeta. Eles contam com o objetivo era conhece-la melhor, uma vez que haviam se encantado por sua obra. Mas eles não sabiam da existência do manuscrito dela.
Fora organizado um evento em homenagem a Maria Lúcia no dia 2 de março deste ano, o mesmo aconteceu na Livraria da Travessa de Botafogo.
Como a poeta mal saia de casa, houve todo um convencimento para que ela participasse (também fora com ela a sua cuidadora). No evento a poeta fez leitura de poemas e ainda teve a visita de amigos como Paulo Henriques Britto.
Britto conta que num dado momento, já conhecendo Maria Lúcia, ela veio até ele com o livro pedindo para que o mesmo escrever a apresentação. E ela pediu para que o manuscrito ficasse com ele e fosse publicado após sua morte, mas ele preferiu fazer uma cópia.
E agora ele havia encontrado Ricardo Domeneck e contado sobre o ocorrido. E o lançamento dessa obra acontece neste mês, do modo como a poetsa o escreveu, apenas realizando algumas adaptações quanto a ortografia.
Comentários1
Uma poetisa com um pedaço do meu nome "Lúcia".
Gosto disso.
História de vida.
Quero ler!
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