Ali, lavando e passando diariamente, a lavandeira espanhola Begoña M. Rueda registra muitas histórias.
Rueda trabalha na lavanderia de um hospital que fica na província espanhola de Cádiz. E ali, dia após dia, ela se inspira em histórias desconhecidas com as quais se depara por meio de cada peça que é lavada.
A também poeta de 29 anos conta histórias dos profissionais quase invisíveis que atuam no hospital realizando trabalho pesado, além também de narrar as dores e angústias que foram intensificadas com a pandemia.
E foi com os versos escritos entre um trabalho e outro em seu dia a dia no hospital que ela venceu o concurso de poesia. Mas esse não foi o único, pois ao longo de sua trajetória ela já venceu outros oito prêmios.
A lavandeira e poeta conta que nada é sabido sobre as peças de roupas que passam por suas mãos para lavar e passar, podendo ser de algum conhecido ou mesmo de um ente querido, fazendo com que se tenha muito pelo que refletir, especialmente no caso de peças de roupas de crianças.
Sobre o livro da lavandeira espanhola Begoña M. Rueda
Com o que presencia e também o que ela não vê ali no hospital, a poeta escreveu o livro intitulado de “Servicio de lavandería”, com o qual foi vencedora do prêmio de poesias promovido pela editoria espanhola Hiperión.
Nesse livro Rueda conta sobre os locais dos hospitais que são pouco visitados, sobre os profissionais que são quase invisíveis e também sobre as dores e angústias que a covid-19 tratou de elevar.
A lavandeira estudava filologia, contudo precisou parar os estudos para ir trabalhar quando a crise trouxe problemas financeiros. Ela já publicou outros sete livros e já foi premiada oito vezes na Espanha tanto com poemas quanto também com canções de sua autoria.
Mas mesmo tendo tudo isso, a autora ainda é vista com maus olhos diante de alguns:
“Tem gente que fala que se decepcionou comigo. Não entendem ‘com a esperteza que tenho’, ‘com a facilidade que escrevo’, como posso continuar fazendo um trabalho como o meu na lavanderia”, conta ela.
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