Lavar e passar, essa é a rotina da lavadeira espanhola Begoña M. Rueda, que também coleciona prêmios por suas poesias.
E é ali, num dia a dia de trabalho com muito esforço, tendo que lavar uniformes de enfermeiros, médicos, roupas de pacientes de variadas idades, lençóis e mais que nascem os versos da também poeta.
Dentro daquele ambiente é onde se manifestam os mais variados sentimentos como tristeza pela perda, alegria pela cura ou pelo nascimento. E nesse ambiente pode ser encontrada muita poesia. Rueda conta que há muito para se pensar nesse local, especialmente no caso das crianças.
Desde o ano de 2016 que ela publica poesias, tendo já publicado sete livros e conquistado prêmios com eles. Ela trabalha como lavadeira no hospital Punta de Europa, em Algeciras, lugar que inspirou a sua coleção de poemas “Servicio de lavandería” (Serviço de Lavanderia). Esse livrelhe rendeu o prêmio Hiperión e também um contrato com a editora que patrocinou o prêmio.
Outros prêmios que ela ganhou com seus poemas foram:
– O Antonio Colinas Youth Poetry Prize pela seu primeiro livro “Princesa Léia”, inspirado na saga Star Wars;
– Também o Complutense University of Madrid’s First Poetry Prize pela obra “Reencarnação”;
– E o prestigioso Burgos City Poetry Prize foi ganho pelo livro “Erro 404”.
No ano de 2019 Rueda teve que suspender a sua graduação por conta de problemas financeiros (ela se graduaria em Estudos Hispânicos no município de Jaén), tendo que mudar-se para buscar um emprego, deixando tudo para trás. E desde então a lavadeira tem observado o dia a dia no hospital e no porto amplo de Algeciras, escrevendo sobre sua experiência.
Sobre o seu mais recente livro de poesia
Begoña M. Rueda começou a escrever o seu livro em 2019, antes da chegada da pandemia do coronavírus. Mas com a instalação desse novo cenário, então isso passou a fazer parte dos seus versos.
De maneira comovente a lavadeira e poeta relata o dia a dia nos hospital, os momentos de alegria e tristeza, bem como os temores do desconhecido com essa doença que ceifou tantas vidas, assim como também os problemas enfrentados pelo setor de saúde: falta de recursos, colapso no sistema de saúde, momentos de silencia pela perda de um colega, etc.
Um dos seus poemas relata os momentos antes de pacientes moribundos verem a chegada de sua hora, penteando os cabelos e fazendo a barba:
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