Inclusão por meio da literatura: professor estreia na poesia surda

Marcos da Silva, professor do Rio Preto, estreia na poesia surda com o poema “Vozes Encarceradas”.

Inclusão por meio da literatura: professor estreia na poesia surda

No último sábado, dia 24 de abril, a lei 10.436/02, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como idioma, completou 19 anos.

Porém, mesmo o país sendo bilíngue, a realidade de quem é surdo é ainda distinta da dos demais, com uma vida mais restringida do que diz respeito a dinâmica social.

E com a pandemia, onde se intensifica o uso da imagem e do vídeo, a “voz” de quem precisa ser notado é mostrada por meio da língua brasileira de sinais (libras). Assim, os poemas em libras do professor Marcos da Silva trazem esperança e dão vez para esse público.

 

Sobre Marcos da Silva e sua estreia na poesia surda

Em entrevista com o psicanalista e professor de libras, Gláucio Camargos, que atuou na ocasião como interprete, Marcos contou que foi quando estudou sobre as características da população carcerária no Brasil que passou a se ver na condição de encarcerado pela sua condição de ser surdo.

Ele também conta que, mesmo com o sistema de libras sendo reconhecido como segundo idioma brasileiro, ele fica restrito para os cantos de repartições públicas. Com isso, os direitos de quem é surdo ficam negligenciados.

Mas ele segue relatando que boa parte das pessoas falantes de língua portuguesa negligenciam os direitos das pessoas surdas de terem acesso à locais públicos, de terem acesso à saúde, educação, lazer, etc. E foi aí que ele decidiu elaborar alguma coisa sobre o tema e surgiu o poema “Vozes Encarceradas”, o qual fora apresentado no Sarau Marginal e encontra-se no canal do Youtube do mesmo.

Mas isso ainda caminha com passos lentos. Marcos menciona algumas referências para as pessoas surdas na literatura que são os trabalhos do poeta Nelson Pimenta que é um dos pioneiros com as poesias em libras. Já existe, inclusive, algumas editoras que trabalham com poesias em libras em DVD, há obras no Youtube e, ainda, em festivais.

 

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