Feira literária faz parceria com motoboys e espalha poesia pelas ruas

A poesia agora tem se espalhado pelas ruas da cidade de São Paulo. Em parceria com motoboys, Diane Padial e Suzi Soares, as organizadoras da Feira literária da Zona Sul (Felizs), tem apresentado poemas escritos por autores periféricos.

Com esse projeto, pessoas que não tinham o costume de ler livros ou poesias, agora serão instigadas a isso.

Esse projeto teve como inspiração a “Poesia Delivery” (com livros de poesia sendo entregues nas casas das pessoas).

Mas o projeto inicial era que um drone percorresse as periferias de São Paulo levando poesias. A idealizadora disso foi Dora Nascimento, que, lamentavelmente, faleceu no início do mês de setembro, pouco antes do projeto ser executado. Dora foi uma das produtoras culturais da Feira Literária da Zona Sul.

Mas em que o projeto consiste?

Diane Padial conta que enquanto pensava sobre a poesia percorrendo as ruas, lhe veio à mente a mochila dos motoboys.

Atualmente, com a pandemia, esse profissional é quem mais tem circulado pelas ruas, pois as pessoas se encontram em quarentena e tem feito muitos pedidos através da internet, de aplicativos, etc.

Desse modo, elas fizeram parceria com os motoboys e escolheram poemas curtos e que passassem uma mensagem para as pessoas que avistassem a mochila dos entregadores: pessoas pelas ruas, em suas janelas, pessoas que pedem por delivery, que ainda tem que sair para trabalhar, etc.

Quem ficou responsável pela curadoria dos poemas foi Tatiana Minchoni que também é produtora cultural da Feira Literária da Zona Sul. Dentre os poetas selecionados estão Augusto Cerqueira, Binho, Uberê Guele, Serginho e Vitor Rodrigues. Esses poetas possuem um vínculo com saraus e com movimentos em prol da democratização dos livros.

Para um dos poetas participantes do projeto, Uberê Guelé, os motoboys contribuem como abelhas polinizadoras pelas ruas da periferia. Eles tem espalhado um pouco de conhecimento, amor e cultura pelas ruas, nesse momento que necessitamos disso mais do que nunca.