Enquanto uns usam bombas e explosivos, outros enfrentam a repressão por meio da poesia. E a exemplo disso tem-se os birmaneses.

O poeta Khet Thi, antes de ser morto, usava as palavras para enfrentar o golpe de Estado em Mianmar, do mesmo modo como vários outros poetas, em busca de democracia e liberdade de expressão.

Mais sobre os objetivos do poeta e sua morte

Zaw Tun, que usava o pseudônimo de Khet Thi, instigava o povo a não fraquejar diante do que ele considerava uma ameaça existencial para o futuro de Mianmar.

Ele costumava dizer que era necessário lutar para vencer a batalha e que se eles vencesse, então teriam um país como a Coreia do Sul, mas se perdesse teriam uma Coreia do Norte.

Mas no mês de maio a polícia e soldados cercaram a casa onde o poeta birmanês vivia com a família, na cidade central de Shwebo, o acusando de usar explosivos em ataques.

Khet Thil fazia bolos para vender e, assim sustentar sua família.

Depois que fora levado, sua esposa recebeu, no dia seguinte, uma chamada para ir até o hospital em Monyna acreditando que o marido estivesse vivo e que levaria algumas roupas para ele, mas um policial disse que seu marido estava morto.

O país encontra-se em crise desde o segundo mês, quando o golpe encerrou a experiência democrática e de liberdade de expressão qual o povo usufruía após mais de 50 anos de opressão, ou seja, há agora uma regressão.

E quanto alguns manifestantes fazem uso de recursos como explosivos e armas, outros como Khet Thi usam a força as palavras para ir à luta e não perder sua liberdade e democracia.

Mas além da repressão feitas nas ruas, outras ações tem sido feitas pelo governo como bloqueios na internet e a pressão de artistas e de funcionários públicos que convocarem a rebelião.

Há um vídeo circulando na internet onde é mostrado os birmaneses recitando poemas contra os militares.