Diretamente das aldeias do Brasil: conheça a literatura indígena

Ainda pouco conhecida no Brasil, a literatura indígena existe e pouco a pouco ganha espaço na literatura nacional.

Diretamente das aldeias do Brasil: conheça a literatura indígena

Escritor e líder político Davi Kopenawa

Essa história passou a ser escrita apenas após o ano de 1988 (após a Constituição), com a implementação de políticas públicas para a alfabetização dos indígenas. Mas foi também com a publicação da Lei 11.645 em 2008, lei essa que incluiu “história e cultura afro-brasileira e indígena” no currículo das escolas, ajudando a abrir espaço para a publicação de obras da literatura indígena.

Abriram-se, assim, as portas para escritores indígenas como Eliane Potiguara, Daniel Munduruku, Davi Kopenawa e Kaká Werá. Mas hoje temos novos nomes sendo incluídos e ampliando essa literatura.

E hoje em dia, tanto os antigos quanto os novos nomes da literatura indígena tem feito com que suas vozes sejam ouvidas por meio da internet. A exemplo disso há a escritora, poeta e macuxi Julie Dorrico que reside em Porto Velho. Ela faz doutorado em literatura indígena na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande de Sul e tem um canal no Youtube onde promove o trabalho de autores indígenas.

 

Literatura indígena torna-se mais abrangente

A princípio essa literatura é ocupada por obras infantis, mas hoje já tem-se obras mais sérias, voltadas para o público adulto. Um exemplo é a obra “Ideias para adiar o fim do mundo” do escritor e líder indígena Ailton Krenak, livro esse que se encontra na lista dos mais vendidos. Outra obra de Krenak é “A vida não é útil”.

Os povos indígenas sempre tiveram uma preocupação maior com os cuidados ao meio ambiente. Por conta disso, a literatura indígena tem ocupado cada vez mais espaço, uma vez que as obras discutem muito sobre esse tema. Mas essa literatura também contribui para que as pessoas repensem sobre a história e outros temas.

Os povos indígenas também tem investido no cordel, ainda que seja algo novo. A primeira cordelista indígena do Brasil é Auritha Tabajara que tem 40 anos.

A cordelista conta que a vida não tem sido difícil para, que tem lutado para sustentar a si e a sua filha, mas que a literatura tem ajudado fornecendo alívio.

Comentários2

  • Elfransilva

    Ótima matéria. Temos em nosso Meu Lado Poético algum representante indígena? Perdoem mas não conheço todos ainda. Grato

  • SANTO VANDINHO

    Reflexiva e uma advertência para todos setores Universais, pois somos todos índios ou bárbaros não importando os trajes ou conhecimentos hoje usados ! paz e bem

    • Zaira Belintani

      Que a cultura indígena conserve sua essência em meio a tantas transformações. Ver o mundo sob olhar de quem relata a própria história é com certeza novo aprendizado.
      Gostei da matéria.

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