Autora portuguesa traduz obra de poesia chinesa obscura

A autora portuguesa Sara F. Costa redigiu o volume bilíngue Poética Não Oficial que traz obras de 33 poetas chineses.

Autora portuguesa traduz obra de poesia chinesa obscura

São obras de poesias que foram escritas após a Revolução Cultural por poetas marcados pelos alvoroços ocorridos durante a História da República Popular da China.

Sara F. Costa é uma escritora e poetisa portuguesa que vive em Pequim já a dois anos e que foi ganhadora do Prémio Literário João da Silva Correia em 2016.

Sara é possui licenciatura em Estudos Orientais (Universidade do Minho) e é ainda mestre em Estudos Interculturais (Universidade de Línguas Estrangeiras de Tianjin).

E o volume traduzido por ela, intitulado de “Poética Não Oficial”, conta com duas a três poesias de cada um dos 33 poetas chineses.

São poucas as traduções de obras literárias chinesas diretamente para o português.

 

Sobre a tradução feita pela autora portuguesa

Esse trabalho foi realmente um desafio, visto que são poucos os tradutores chineses habilitados e que conseguiriam fazer um trabalho minucioso, uma vez que a língua chinesa é uma língua romanizada e conta com expressões, símbolos e termos e isso teria que ser cuidadosamente traduzido para o português de maneira que ficasse muito bem entendível.

A poetisa relata que para esse trabalho ela acabou dando atenção para o significado, onde perdia-se um pouco da estética. Ela conta que o foco foi pensar no que estava sendo dito/transmitido nos poemas e tentar passar isso para o português da melhor forma.

As obras reunidas possuem teor político (como as dos poetas Hai Zi ou Bei Dao), católico (como as de Zuo Fei), etc. Mas sara ressalta que o leitor não apenas ficará preso a isso, pois os poemas retratam os mais variados tipos de confrontos de valores.

Nessa obra estão reunidos poemas de várias épocas, com destaque para o período da Revolução Cultural e também para a década posterior com o massacre da Praça Tiananmen em 1989 (período marcado pelo massacre para colocar um ponto final aos protestos em prol da democracia).

De acordo com ela, essa é uma forma de conhecer a história do povo chinês (já que eles usam a poesia como uma porta de escape para as dificuldades) e também de conhecer os sentimentos do povo da China.

Enviar comentário