De volta à poesia: José Luís Peixoto e sua mais nova obra

Após 12 anos, José Luís Peixoto regressa a poesia com livro “Regresso a casa”.

A obra de Peixoto é maraca pelo sentimentalismo, tão essencial nessa época de isolamento social. Nesse livro ele traz temas como família, que é algo que costuma estar presente em muitas de suas obras.

O último livro de poesia publicado pelo poeta foi 2008, o intitulado de “Gaveta de papéis”. Mas a pandemia o levou a retornar e, durante o confinamento, ele pôde escrever essa obra que é lançada pela editora Quetzal.

Em “Regresso a casa”, José Luís Peixoto nos apresenta uma reflexão e um conflito entre sentimentos do presente e do passado.

Como a ideia de escrever poemas novamente surgiu

José Luís Peixoto, até então, se encontrava focado em escrever prosas, o que lhe tirava o tempo de dedicar-se a outras coisas.

Foram vários sentimentos e situação com os quais o poeta se viu envolvido durante a quarentena. Ele conta que estava trabalhando num romance, mas que devido as condições no tocante a saúde e a parte financeira, teve que dar uma pausa nesse projeto.

Com tudo isso, nem haver planejado nada, ele escreveu um poema e o compartilhou nas redes sociais. Sem que ele esperasse, esse poema teve uma repercussão interessante. E a partir daí ele foi se vendo motivado e passou a escrever outros.

Com a quantidade de poemas que tinha, ele teve a ideia de reunir tudo isso num livro sob o tema de regresse a casa. O tema central fora escolhido devido a esse cenário de volta para a poesia e, segundo conta ele, que seus planos para 2020 foram arruinados pela pandemia.

José Luís Peixoto decidiu estruturar o livro em partes, tendo uma parte onde acontece uma odisseia, outra parte que prende-se ao tema da quarentena, e há também uma terceira parte com poemas mais pessoais, parte essa que ele chama de “diário”.

Nos poemas, o poeta também fez questão de trazer nomes de lugares quais ele possui uma certa relação, tais como a Tailândia, China e a Coreia do Norte.

Mas além dos leitores terem em mãos uma obra nova, após 12 anos de hiato entre o poeta e a poesia, essa obra também ajudou o próprio Peixoto a se orientar em seu caminho.