Incomodados com minhas curvas
retificaram minhas margens,
canalizaram o meu leito
e tornaram as minhas águas turvas.
Enquanto corria livre no meu vale,
alternando minhas voltas,
construíram uma cidade
sobre a minha várzea
sem nenhuma piedade.
Cercearam meu bailar maroto,
interromperam meu respirar,
me empurram seu esgoto
e ainda dizem me amar.
Quando me revolto,
minhas águas eu não controlo...
Transbordo!
Portanto, qualquer chuva apertada
vira, logo, enxurrada.
Então, me xingam,
querem me aterrar,
esquecendo que um dia
em minhas águas foram nadar...
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Autor:
Helio Valim (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 6 de novembro de 2020 16:35
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 17
Offline)
Comentários6
Hélio Valim, que belo canto, no entanto,
triste remonta ao tempo em que as águas eram límpidas, corriam livremente, sem serem poluídas, excrescência do processo, que em nome do deus-mercado, destrói o que é belo. Parabéns!
Boa tarde.
Obrigado pelo excelente comentário. Concordo. Infelizmente é a realidade dos rios nas nossas cidades. Um abraço.
Bravo !
Nem os rios, são respeitados mais !
Abraços.
Obrigado Corassis. É o resultado da alienação predatória! Um abraço.
Rios?! Onde? O que hoje existe são esgotos putrefação,a céu aberto. Natureza tão sabia e te O bela ve- se para sempre poluída,mánipulada,agredida Leia loucura e usura humana. Mas que do ela se rebela toma tudo que é dela e chega .uitas vezes a me ter seus agressores. Onde o processo na nossa ba deira feira inscrito? Por o de a vista alcança só divisamos lixo e povão nele vivendo,com grande resignação. Uma tristeza essa Nação madrasta onde só os bem- aventurados comem bem e vivem melhor. Estão lá com nosso sã teu,suor e...votos! Acorda povo brasileiro!
Obrigado Maria Dorta pelo comentário duro e indignado que o assunto merece. Um abraço.
Bem escrito, bonito, verdadeiro
Cecilia seu comentário é muito gentil. Muito obrigado. Um abraço.
O rio merece toda poesia que se possa compor.
Lindo poema!
Obrigado Zaira. Temos que continuar protestando. Rio é vida! Um abraço.
Que belo poema, Poeta! Uma reflexão belíssima... Parabéns!
Obrigado Mari. Você é muito gentil. Um abraço.
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