Ò vento por que tortura-me?
Trazendo em tuas entranhas , este aroma cítrico e refrescante?
Não sabeis que está não é a fragrância das frutas ?
Tu por acaso não és o senhor do desastre , o temor da natureza, a fúria das ondas, o viajante do infinito?
De certo sabes que a essência trazida por ti exala dela ?
Não sois o conhecedor de tudo que há, não és o viajante da eternidade , a quem com tuas invisíveis mãos tocastes a vestes transcendentais?
Como ousas fustigar -me com as lembranças de minh’alma partida ? A caso sois vil?
Sejais bom amigo sigais adiante, encontrai-a onde estiver posto que perdida deve estar a minha procura mesmo que inconscientemente
Leve consigo o meu cheiro toque a suavemente pela face e deixe que sinta e perceba minha presença.
Renasça nela todo sentimento adormecido glacialmente no abismo da disfarçada ataraxia.
Faça-o Fluir com força e ímpeto incontrolável tal qual ocorre a sua similar essência atormentada , com a autoridade que atuas sobre os oceanos.
Sobressaia meu penar, a falta de orientação e sobre a necessidade de estar novamente em curso.
Diga-lhe sobre como é ter seu âmago consumido pela saudades.
Mostre-a comiseração de existir sem seu completo essencial .
E por todos os deuses traga-a de volta, caso não possa, deixe consigo o meu olor para rememorar tempos idos quando aninhava-se a meu peito a tecer sonhos , projetando o futuro desta maneira conclua a incapacidade de existir sem mim .
E apenas juntos a nos completarmos a vida retomará seu sentido....
- Autor: João Baptista Neves (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 19 de outubro de 2020 14:45
- Categoria: Amor
- Visualizações: 15
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Comentários3
Parabéns.um poema que nos envolve, que é um grito de saudade, de alguém que partiu, e deixou um vazio na alma que tanto a ama. Gostei, espero que me visite e comente meus modestos poemas. Grande abç. Seja benvindo.
Obrigado pela síntese, e o primeiro que ouso escrever com certeza visitarei sua página.
Sem palavras... Quantos gritos de saudade deve ouvir o vento! Este, deveria ser transformado em canção... Maravilhosa sua inspiração! Parabéns
João,gostei do seu poema, primeiro pelo tema, o olfato, esse poderoso instinto primitivo. Depois, pelo estilo bonito e forte, pelas sutís figuras que localizaram você no meu tempo, começo do século passado. Que delícia, encontrar mais um poeta, da minha faixa etária, que escreve tão bem!
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