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João Baptista Neves

O vento

Ò vento por que tortura-me?

Trazendo em tuas entranhas , este aroma  cítrico e refrescante?

Não sabeis que está não é a fragrância das frutas ?

Tu por acaso não és o senhor do desastre , o temor da natureza, a fúria das ondas, o viajante do infinito?

De certo sabes que a essência trazida por ti exala dela ?

Não sois o conhecedor de tudo que há, não és o viajante da eternidade , a quem com tuas invisíveis mãos tocastes a vestes transcendentais?

Como ousas fustigar -me com as lembranças de minh’alma  partida ? A caso sois vil?

Sejais bom amigo sigais adiante, encontrai-a onde estiver posto que perdida deve estar a minha procura  mesmo que inconscientemente

Leve consigo o meu cheiro toque  a suavemente  pela face e deixe que sinta e perceba  minha presença.

Renasça nela todo sentimento adormecido  glacialmente  no abismo da disfarçada ataraxia.

Faça-o Fluir com força e ímpeto incontrolável  tal qual ocorre a sua similar essência atormentada , com a autoridade que atuas sobre os oceanos.

Sobressaia meu penar, a falta de orientação  e sobre a necessidade de estar novamente em curso.

Diga-lhe sobre como é ter seu âmago consumido pela saudades.

Mostre-a comiseração de existir sem seu completo essencial .

E por todos os deuses traga-a de volta, caso  não possa, deixe consigo o meu olor para rememorar tempos idos quando aninhava-se a meu peito a tecer sonhos , projetando o futuro  desta maneira conclua a incapacidade de existir sem mim .

E apenas juntos a nos completarmos a vida retomará seu sentido....