CORTEJO
Se existisse acaso, seria acaso a escolta
Que vi na tarde gris, de tristezas coberta...
Ao campo santo, de serenidade envolta,
Seguia o cortejo pela rua deserta...
Estranha sensação de uma certeza incerta,
Encheu minh!alma de um vazio sem revolta;
E me esquecendo o compromisso de hora certa,
Por força irresistível parei, dei meia volta...
Seguindo o funeral a dor minha alma inunda,
Ao saber que o corpo inerte ali escoltado
Era do amigo que na dor me deu guarida!
Pensei: Qual sensação seria a mais profunda...
A minha? De inda estar no mundo acasulado,
Ou a dele, que livre voava para a vida?
Nelson De Medeiros
- Autor: Nelson de Medeiros ( Offline)
- Publicado: 7 de agosto de 2020 09:17
- Comentário do autor sobre o poema: Soneto feito em homenagem ao melhor amigo que já tive nesta vida e que se foi... Meu grande amigo Cici...
- Categoria: Amizade
- Visualizações: 31
Comentários7
O poeta sabe fazer até de um momento triste um belo poema. Muito bom, um abraço.
Belissimo poema ,Nelson . Bravo !
Bela homenagem !
abraço amigo Nelson.
"Qual sensação seria a mais profunda..."
Difícil questão colocada pelo poeta; posto que não conhecemos o outro lado, não podemos responder, se a vida ou a marte é mais profunda... bem colocada, Nelson Medeiros...
Amigo poeta, novamente, volto a comentar, agora ouvindo a música que , é um hino tão lindo que ouvia , há um tempo atrás, repetidas vezes. E , de novo, penso que ela está servindo para me acompanhar nessa noite...quase madrugada. Que bom que pude vir aqui reler e ouvir.
Um abraço.
Boa noite, menina.
Bons sonhos pra ti.
1ab
Nelson, gostei muitto. Abraço.
Parabéns, Poeta. De um contexto necrófilo, levantastes indagações profundas.
Corrigido, Poeta. Eu havia grafado a palavra "contexto" com "s". Isto é um sacrilégio ortográfico, kkk.
Forte abraço, tchê.
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