Gratidão? Ingratidão? Dois lados da questão...

Escritora Bruna Laís Amaral

Sentada no tapete da sala, 

Palavras escorrem pelos meus dedos e minha mente incessantemente não se cala...

Reflito sobre tudo e sobre nada,

Rabisco em meu velho caderno como este mundo atual não passa de uma canoa furada...

Ingratidão?

Ela é a velha amiga de muitos que sempre tiveram tudo ao alcance de suas mãos...

Pelas mínimas oportunidades da vida, seja grato

Tem irmão seu aí nesse vasto mundão que não tem nem arroz e feijão todos os dias no prato...

Ah, não... Mais um dia?

Diz você aí com um teto para morar, despensa abarrotada de alimentos,

Agasalhos para se proteger de dias frios, da chuva e do vento...

Enquanto muitos estão jogados ao relento e sem nenhum tipo de sustento...

Ah, não...Menos um dia?

Lamenta alguém acamado num quarto de hospital, talvez em estado terminal,

Olhando para o relógio na parede e a cada tic-tac, pensando quanto tempo lhe resta, afinal?

E você aí sentado na cadeira de seu escritório, reclamando que seu dia de trabalho é sempre igual?

Afinal, quem tem razão?

Ter os dias contados te dá licença para tudo dizer?

Viver a vida sem saber o dia em que vai partir te obriga a sempre ter que agradecer?

Não há errado nesta história, mas há dois lados que contrastam bem,

O que vivo e conquisto hoje, neste exato instante pode ser a oração mais sincera de alguém!

 

                                       Autora: Bruna Laís Amaral. (Bruh Poesias & Luz)

  • Autor: Bruh Poesias e Luz (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de julho de 2024 03:37
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esta reflexão em poesia sentada em minha sala, entre pensamentos e rabiscos me veio a questão de ser gratos ou ingratos, se há uma medida para isso, se há um só lado certo ou não há ninguém com 100% de razão. Sobre os pequenos detalhes da vida, oportunidades e conquistas que não damos o devido valor, enquanto que do outro lado pode existir alguém que daria tudo para ter as mínimas chances e é grato mesmo assim. Reflito aqui e disserto sobre a ingratidão do mundo atual e sobre aprendermos a sermos mais gratos, nos colocando dos dois lados!
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 43
  • Usuários favoritos deste poema: O Ferreirinha, Lilian Fátima, Melancolia..., Nelson de Medeiros, Lim
Comentários +

Comentários5

  • Lilian Fátima

    Excelente!!! Parabens, Bruna

  • Melancolia...

    Amei teu poema....
    Escreves bem ...
    Sensível e admirável.

  • Nelson de Medeiros

    Ave escritora. Como sempre, perfeita em sua idéia. 1 ab

  • Shmuel

    Ficou muito bom! Um poema que serve como reflexão.

    Parabéns!

  • Sergio Neves

    SERGIO NEVES - ...minha amiga...,...a verdade é que quando somos acometidos por esse tipo de "piedosas" reflexões a que te referes, a conclusão a que (quase) sempre se chega é à essa que aqui tão notável e bonitamente tu versas...,...seria como se uma qualquer consciência universal nos particularizasse..,...como se unilateralmente alguma "culpa no cartório" de fato tivéssemos com relação às momentâneas agruras de outrem -mesmo em assim não sendo...,...na verdade -acho eu- isso nada mais é do que uma manifestação do sentimento de comiseração que, de um jeito ou de outro, há intrínseco no espírito humano desde gênesisnianas" eras...(talvez essa espécie de "peso na consciência" seja um dos "castigos" que o pecado original nos legou...) / ..o arremate do teu escrito é muito sábio e contundente quando dizes que "não há nada de errado nesta história" com relação a termos que sempre agradecer ou não pelas "graças" alcançadas em contraponto ao que outros as mesmas "benesses" não mostram ter conseguido -se bem que tudo é circunstancial -em tempo certo (o dia de amanhã ninguém sabe)..., / .."o que vivo e conquisto hoje, nesse exato instante pode ser a oração mais sincera de alguém"...,...dentro do contexto desse teu escrito: ..perfeito! // ...caramba! ..."falei" demais! ...culpa tua! ...dissertas (e versas) tão sábia e prodigiosamente os assuntos que acaba por envolver sobremaneira o leitor (no caso, eu) obrigando-o a dar algum "pitaco" a respeito... /// Meu carinho, menina



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