LONGA ESPERA
Rezei pouco, pedi menos,
quase nada me faltava.
Não é certo incomodar
deuses vivos e santos mortos
com miudezas.
As coisas mudaram:
Deuses, santos, antepassados,
peço ajuda.
Envelheço saudável
e as maravilhas da medicina
esticam a longevidade.
Já viví muito,
saboreei instantes felizes,
doces lembranças me sustém.
Se for meu destino
ficar muito, muito velha,
que não me torne um fardo
pesado demais.
Que consiga manter a alegria,
pelo menos a calma
e o bom humor.
Que não me queixe muito,
seja pouco exigente,
e não me agarre aos meus.
Que consiga desprender-me
pouco a pouco, das pessoas
e também das coisas.
Que seja paciente e digna
a longa espera.
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 24 de junho de 2020 13:44
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 32
Comentários7
Que lindo poema, Cecília, cheio de ternura. Parabéns!
Crica, obrigada! Por me ler e opinar com tanta gentileza.
Cecilia, seus versos são uma reverência à resignação com o inexorável tempo e uma visão nobre da vida...
Poema muito lindo!
Abraço
Hébron, agradeço a gentileza de me ler e me oferecer palavras tão boas de ouvir. Abraço
Nossa que poema lindo, de uma pessoa madura e inteligente. Parabéns.
Obrigada, Rosangela. Suas boas palavras e animam muito!
Um poema em forma de
um diamante, brilhante que aqui reluz intensamente
Parabéns pela obra poetisa
Abraço
Obrigada, Corassis. Um abraço afetuoso
O pensamento foi longé, além das estrelas, mas compreende-se perfeitamente o desejo e a mensagem
1 ab
Obrigada, Nelson, por me ler e dar sua opinão, tão animadora.
Cecília... Penso sempre no filme, o Estranho Caso de Benjamin Button, você já deve ter visto; sempre que posso, revejo; mas é so um filme.
Belíssimas reflexões e importantes, dignas de serem suas. E são... Forte abraço.
Muito obrigada, Chico Lino. Vi o filme, depois do conto, achei a idéia muito interessante.
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