Digitais da Alma

POEMA DO AMOR PRÓPRIO

 

Peço-te, amor

que no momento em que me vires chorar

lembra-te de que hoje, ainda é muito cedo.

 

Permita-me então

que eu te enfraqueça pelas lágrimas

apenas desta vez e talvez, nunca mais.

 

Não queira que a tua lembrança

colonize-me feito pedra

pois se endurecida, solidifica-me também

toda a essência.

 

Demando-te em cascata,

cerimoniando-me a curva dos olhos

desaguando na virgem face, a contrição

- quase que como a um benzimento -

 

Livra-me o constrangimento do falso riso,

pois hoje eu te rio, cachoeira e oceano

todos eles, em salgado pranto.

 

Então, deixa-me aqui,

que por este sal te liberto.

 

E quem sabe assim

amanhã, eu volte a ser melhor para mim

somente por não te ter tão dentro

e deserto.    

 

 

Lucy Mara Mansanaris 2014

Imagem: Google

  • Autor: Lucy Mara Mansanaris (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de Outubro de 2021 07:25
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 66

Comentários4

  • CORASSIS

    Bom dia poetisa ,
    o amor próprio é importante , mas podemos ficar enfraquecidos pela lágrimas, se forem constantes !
    Lindo , parabéns

    • Digitais da Alma

      Bom dia poeta CORASSIS
      Sim... Penso que as "lágrimas constantes" passem bem longe de qualquer tipo de amor.
      Gratidão pelo olhar. Um dia de muitas bençãos para si.
      Abraço

    • Maria dorta

      Magnífico! Que imagens e metáforas criativas. Teu poema é um luxo! Destaco " ...pois hoje eu rio,cachoeira e oceano". Aplausos de pé!

    • Nelson de Medeiros

      Bom dia poeta do amor!
      Que beleza de sentimentos tranpostos para o papel. És mestra das letras, menina...
      Amo ler-te, moça prendada e letrada.
      1 b

    • Anny

      Belos versos! Parabéns, poetisa!



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