Coado em coador de pano,
servido em bule da ágata,
sorvido sem o correr insano
no viver de uma vida pacata.
O ritmo que flui com o cheiro
do café torrado e moído,
no tempo certo curtido,
guarda leve amargor brejeiro.
Memórias excitadas pelo olfato
evocam épocas de outrora,
atenuando a urgência do agora
presente nestes tempos de impacto.
Da correria do café expresso
quero a morosidade do café coado.
Mas, sem relutar, eu confesso
qualquer café aprecio empolgado.
- Autor: Helio Valim (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de fevereiro de 2021 00:29
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 20
Comentários8
Uauuu....Adorei!
Você é um mestre nessa arte.
Amo o tema.
grande abraço
Obrigado, Cláudia. Apenas me inspirei em seus ótimos textos, ricos em poesia e histórias. Um grande abraço.
nossa! amei. ninguém merece "Da correria do café expresso" prefiro "a morosidade do café coado."
Olá Mary, obrigado pela leitura e pelo comentário. Um abraço.
Logo cedo... Bem oportuno, apesar do café, em verdade, não ter horário... Fico pensando que a beleza e o prazer podem estar guardados onde menos se espera, podem ser quase um milagre... Quem poderia, em lucidez, olhar para o fruto de uma planta e imaginar que desprezando a poupa, secando e torrando aquela semente, sem queimar, teríamos uma bebida tão sedutora e agradável. A conclusão do café é uma invenção escondida no improvável...
Abraço
Caro Hébron, seus comentários, por si só, já constituem belos textos poéticos. Obrigado por comentar. Um grande abraço.
Eu também confesso , sou amante do café !
Belo poema poeta amigo parabéns !
abraço.
Obrigado Corassis, pela leitura e pelo gentil comentário. Não há como resistir a um perfumado café. Um abraço, meu amigo.
Belo.
Obrigado Victor, pela leitura e pelo comentário. Um abraço.
Hélio, lindo poema para o velho costume de um cafézinho!
Olá Cecilia, obrigado pelo comentário. Cafezinho e bate-papo costumes tipicamente brasileiros. Espero que voltem! Um grande abraço.
Uau! Que maravilha esse aroma do café coado no coador de pano, brindou com a fragrância do teu poema, adorei poeta Hélio Valim, boa tarde um forte abraço.
Ernane, obrigado pelo gentil comentário. Uma pausa para o café é muito importante nestes dias complexos e confusos. Um grande abraço.
Sou suspeito em dizer de café... pra mim fazer o velho e bom café de coador é uma arte. Que poema lindo Helio. Parabéns !
Olá Lobo Solitário, obrigado pelo comentário. Concordo com você, não há café melhor. Um abraço.
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