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Quando passar a tortura...
Ah!
Encolho-me nessa masmorra, passando horas sem acolhida
Sou folha em branco esquecida, ao final de um diário qualquer
Talvez eu viva, talvez, morra. Vivo, tragada pela expectativa
Tudo perdeu a valia. Aquiescer, ninguém quer...
Não fosse você, poesia! A banir a insanidade
Juro! Pereceria, entregar-me-ia à loucura
O que em mim ditas, é indelével, domas minha realidade
Sobrepujas desejos, tédio... És remédio, minha cura...
Ah!
Hoje a recebi, assim, pura e límpida, dei-te guarida
Elevaste meu olhar, passeavas no céu
Pude compactuar com estrelas, jaziam como eu, esquecidas
E a lua... Parecia sua, não se ocultou em nenhum véu...
Quando passar a tormenta, e puder respirar as manhãs
Vou beber-te em antigas palavras, minha sede, de ti não passa
Hoje destilas ternura, manténs minha mente sã
Percorrerei, ruas e praças, acolherei o tempo, sem pressa...
Ah, poesia...
Venceremos a tortura...És, minha única cura...
Ema Machado
- Autor: Ema Machado (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 4 de fevereiro de 2021 22:42
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
Comentários4
Parabéns Ema. Poema intenso, reflete bem o momento e, para poetas, como você, enfatiza o maior bem: a poesia. Um abraço.
Gratidão, amigo Helio. O presente nos afeta, somos privados de tudo, até de contemplar a natureza com olhos puros. Grande abraço,
Condescendente com a poetisa e deslumbrado com o poema!
Sem palavras de tão lindos versos!
Ema Machado...Abraços...Siga feliz
Gratidão, Claudio Reis. Um poeta, ao outro entende... Grande abraço,
Lindo , Ema, sem palavras, a poesia , uma doce companhia... Gratidão pela partilha...
Gratidão, querida. Deus a abençoe infinitamente,
Mesmo sob tortura verseja com elegância e sentimento profundo.
Abraços!
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