Decifra-me bem,
novo amor.
Me devora, mas devagar
Como quem lê Adélia
Numa tarde de sol manso
Em grama rasteira e úmida.
Me bebe, mas suave
Em cálice tinto
De olhos fechados.
Leia-me em um grafite
Num papel amassado
Pelo tempo
Pelo vento
Recita um poema
Sem pontos
Me costurando em versos.
Escreve no meu peito
Suas promessas
E dizeres a giz
A que veio
Tua mira
Sua rima.
Decifra-me bem,
novo amor.
Mas fique.
Kermerson Dias
- Autor: Kermerson Dias (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 12 de novembro de 2020 11:44
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários4
Achei lindo o poema.
Creio que todas as pessoas esperam que o ser amado os conheçam na totalidade. Não entendi bem porque o eu lírico deseja que o ser amado lhe descubra devagar, mas creio que seja para saborearem juntos cada descoberta e que se fosse rápido estragaria parte do romantismo. O eu lírico parece querer um amor suave e eterno.
Bela maneira de se reinventar, co.arte si gular. Que o Amor decifre e fique!
Poeta Kermerson Dias, linda poesia, a arte de decifrar cai bem aos amores intensos , que não se cansa de se conhecer ... Gratidão pela partilha .
Beleza pura, Kermerson! Viva! Bravo!
Abraço
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