Vou falar em poucas linhas
desventuras tão comum
Uma sopa de letrinhas
que não têm sabor nenhum
Previsão pra estes dias
sol e chuva mudam o tempo
Dias quentes, noites frias
temporais e nenhum vento
Lá no alto, bem seguro
João-de-barro faz seu ninho
Mas a amada, no futuro
há de lhe deixar sózinho
Ao chorar recém nascido
Enche o lar de esperança
Porém quando está crescido
todos fingem ignorância
O navio que deixa o cais
no horizonte vai sumindo
Dá saudade, dói demais
É meu amor que vai partindo
No vigor da juventude
todo sonho é visível
Quando chega a idade rude
até dormir é impossível
O amor é igual roseira
que dá flor mas fere a mão
Me amou de brincadeira
te entreguei meu coração
Sem conter a solidão,
dia, mes, o ano inteiro
corro sempre ao portão
à espera do carteiro
Narra a lenda, o desconforto
O triste canto, adormecido
Rouxinol no tronco, morto
contra o espinho foi ferido
Lua, a fada dos poetas
clareando a imensidão
O caboclo faz seresta
quando passas no sertão
Dos teus sonhos de criança
castelinho e sol dourado
sempre tive a esperança
de ser o príncipe encantado.
- Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 12 de outubro de 2020 00:38
- Categoria: Triste
- Visualizações: 71
Comentários5
Lindos versos, poeta. Parabéns.
Valdeci, agradeço atenção à esses versos. Bom feriado, amigo
"Sem conter a solidão,
dia, mes, o ano inteiro
corro sempre ao portão
à espera do carteiro"
A espera e triste amigo
ás vezes dá um gosto amargo...
na vida.
Parabéns amigo
A pior espera é aquela quando se tem
a certeza ou a dúvida de que não acontecerá.
Grato, Corassis pela apreciação
Sopinha de letras assim saborosa, feita com engenho e arte de um poeta invulgar...nao tem como não degustar. Bravo!
Poetisa Maria Dorta
me honra o seu apreciar.
Obrigado, de coração.
Gostei das quadrinhas, de sabor sertanejo, e do título acertado.
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