Elfrans Silva

SOPA DE LETRINHAS

Vou falar em poucas linhas
desventuras tão comum
Uma sopa de letrinhas
que não têm sabor nenhum

Previsão pra estes dias
sol e chuva mudam o tempo
Dias quentes, noites frias
temporais e nenhum vento

Lá no alto, bem seguro
João-de-barro faz seu ninho
Mas a amada, no futuro
há de lhe deixar sózinho

Ao chorar recém nascido
Enche o lar de esperança
Porém quando está crescido
todos fingem ignorância

O navio que deixa o cais
no horizonte vai sumindo
Dá saudade, dói demais
É  meu amor que vai partindo

No vigor da juventude
todo sonho é visível
Quando chega a idade rude
até dormir é  impossível

O amor é igual roseira
que dá flor mas fere a mão
Me amou de brincadeira
te  entreguei meu coração

Sem conter a solidão,
dia, mes, o ano inteiro
corro sempre ao portão
à espera do carteiro

Narra a lenda, o desconforto
O triste canto, adormecido
Rouxinol no tronco, morto
contra o espinho foi ferido

Lua, a fada  dos poetas
clareando a imensidão
O caboclo faz seresta
quando passas no sertão

Dos teus sonhos de criança
castelinho e sol dourado
sempre tive a esperança
de ser o príncipe encantado.