Vou falar em poucas linhas
desventuras tão comum
Uma sopa de letrinhas
que não têm sabor nenhum
Previsão pra estes dias
sol e chuva mudam o tempo
Dias quentes, noites frias
temporais e nenhum vento
Lá no alto, bem seguro
João-de-barro faz seu ninho
Mas a amada, no futuro
há de lhe deixar sózinho
Ao chorar recém nascido
Enche o lar de esperança
Porém quando está crescido
todos fingem ignorância
O navio que deixa o cais
no horizonte vai sumindo
Dá saudade, dói demais
É meu amor que vai partindo
No vigor da juventude
todo sonho é visível
Quando chega a idade rude
até dormir é impossível
O amor é igual roseira
que dá flor mas fere a mão
Me amou de brincadeira
te entreguei meu coração
Sem conter a solidão,
dia, mes, o ano inteiro
corro sempre ao portão
à espera do carteiro
Narra a lenda, o desconforto
O triste canto, adormecido
Rouxinol no tronco, morto
contra o espinho foi ferido
Lua, a fada dos poetas
clareando a imensidão
O caboclo faz seresta
quando passas no sertão
Dos teus sonhos de criança
castelinho e sol dourado
sempre tive a esperança
de ser o príncipe encantado.