NO
Meia estação...
Nuanças em um cinza avermelhada pincelam o fim de tarde. Observo o final da estação, despeço-me do inverno, hoje quente como verão.
A mãe terra ressequida, anseia por chuva, a primavera jaz no ventre a espera…
Hoje parei nas horas vagas, não há nada a minha espera. Sou o ponto na estrada, a espiar da janela. Ainda ontem a visão era ampla, no passar dos anos, quase se apaga...
Dou-me conta que pouco do que faço, conta. Ainda que contasse, a descida já foi iniciada.
Olho para trás, brumas encobrem erros e acertos. O que costurei, foi feito, não mais importa se cerzi ou se bordei, fiz além da cota.
O dia, aos poucos se deita. Descanso meu olhar, fecharam-se as cortinas, é preciso trocar o cenário. É hora da noite se apresentar, não verei seu traje de estrelas e luar, fecho a janela. Capto apenas o desejo de sonhar…
- Autor: Ema Machado (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 7 de setembro de 2020 17:14
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 29
- Usuários favoritos deste poema: Nelson de Medeiros
Comentários1
Muito , mas muito bonito este poema.
Merece 10; Serenade.... Que luxo!
1 ab
Obrigada, pelo carinho amigo Nelson. Sempre edificantes comentários. Abçs
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.