Meia estação...
Nuanças em um cinza avermelhada pincelam o fim de tarde. Observo o final da estação, despeço-me do inverno, hoje quente como verão.
A mãe terra ressequida, anseia por chuva, a primavera jaz no ventre a espera…
Hoje parei nas horas vagas, não há nada a minha espera. Sou o ponto na estrada, a espiar da janela. Ainda ontem a visão era ampla, no passar dos anos, quase se apaga...
Dou-me conta que pouco do que faço, conta. Ainda que contasse, a descida já foi iniciada.
Olho para trás, brumas encobrem erros e acertos. O que costurei, foi feito, não mais importa se cerzi ou se bordei, fiz além da cota.
O dia, aos poucos se deita. Descanso meu olhar, fecharam-se as cortinas, é preciso trocar o cenário. É hora da noite se apresentar, não verei seu traje de estrelas e luar, fecho a janela. Capto apenas o desejo de sonhar…