Inseguranças Pessoais

anapaula.*.

lágrimas deslizam por seus cílios
umedecem o tecido abotoado
seus delicados dedos tamborilam
na escrivaninha abarrotada
de blocos e fichários
cabelos caídos na testa
cabisbaixa
refletindo com seus cadarços soltos
flexionando nas fórmulas e
equações
no belo lettering iluminados
pelo abajur
seu corpo de criança
tomado por uma adolescente
sua mente leve
agora tomada pela preocupação
e a incerteza do que há de vir
suas discussões com suas vozes interiores
fazem-na questionar sua sanidade
seu pai lhe dissera ela era muito ansiosa e agitada
mas pro mundo lá fora ela conseguia se passar por serena e segura
mas no quarto restava-lhe remoer
o que ouviu , o que interpretou, o que pensou
nunca o hoje
sempre o amanhã
mas não era certa de quantos segundos lhe restava

  • Autor: anapaula.*. (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de agosto de 2020 10:19
  • Comentário do autor sobre o poema: eu
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 13
Comentários +

Comentários2

  • Cecilia

    Lindo poema, Ana Paula, você sabe escrever!

    • anapaula.*.

      Muito obrigada, Cecília. 🙂

    • Levy

      Entendo exatamente qual é esse sentimento, só posso lhe dizer que tudo é fase, temos controle sobre nós mesmos e devemos aproveitar o presente! A vida pode ser dura e sofrida, sei como é, mas o sofrimento é aprendizado. Fora que os Valentim's tem a melancolia e poesia no sangue, dividimos do mesmo sobrenome aliás, se cuida e um abraço!

      • anapaula.*.

        obrigada, realmente tudo é fase. amei o final do comentário 😉



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