anapaula.*.

Inseguranças Pessoais

lágrimas deslizam por seus cílios
umedecem o tecido abotoado
seus delicados dedos tamborilam
na escrivaninha abarrotada
de blocos e fichários
cabelos caídos na testa
cabisbaixa
refletindo com seus cadarços soltos
flexionando nas fórmulas e
equações
no belo lettering iluminados
pelo abajur
seu corpo de criança
tomado por uma adolescente
sua mente leve
agora tomada pela preocupação
e a incerteza do que há de vir
suas discussões com suas vozes interiores
fazem-na questionar sua sanidade
seu pai lhe dissera ela era muito ansiosa e agitada
mas pro mundo lá fora ela conseguia se passar por serena e segura
mas no quarto restava-lhe remoer
o que ouviu , o que interpretou, o que pensou
nunca o hoje
sempre o amanhã
mas não era certa de quantos segundos lhe restava