Atualidade
Hoje, não desejo me encontrar
com todas as ruas da minha infância
são ilusórias há algum tempo!
A padaria já não produz um pão quentinho
pois o imóvel deu lugar
a um imensurável arranha-céu
antes não fosse uma narrativa atual, sincera
Pessoas endiabradas ao dinheiro!
Vi muitas mulheres que podiam ser minhas filhas
Como beija-flores de bar em bar!
Eu olhei e não gostei destes pássaros!
Hoje, a depressão veio se vingar de mim
Talvez não queira entender
Meu desdém pelo paladar do alimento atual ofertado!
O sol nascente é para todos
já a penumbra é minha aliada, meu tempo enviesado
sou um homem vindo do passado a este presente
as ruas do meu infanto
Eu lamento, portanto
a ilusória casa que um dia morei
eu tenho um saco de memórias guardadas
Minha vizinha, com a mesma idade que eu
já era biônica na humana beleza constituída
E só o meu amor por encanto permaneceu!
Como insano, não queria tantas construções planejadas
de tantas frutas que eu furtei
na infância, a que eu mais adorava eram as mangas adocicadas
que deixaram de existir
não por serem cinquentenárias
foram sacrificadas por este progresso imbecil para este passageiro do tempo
Mais endiabrados a construir malefícios em desordenar minhas memórias
vão construindo seus castelos
não tem pena de mim
hoje tenho vontade de cristalizar
minhas lágrimas
e guardá-las no meu museu particular.
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Autor:
CORASSIS (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 22 de setembro de 2025 18:09
- Comentário do autor sobre o poema: Imagem de wal_172619 por Pixabay
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Comentários2
A infância é nossa melhor parte da vida. Depois tudo vai se modificando e o Poeta narra sua tristeza com o avanço das mudanças. Tudo isso com intensidade e inspiração, provando que a arte sempre permanece em todas as circunstâncias, mesmo de forma triste, porém verdadeira. Um grande abraço ao meu mestre Poeta!!!
Gratidão querida
Beijos no seu coração !7
Uma bela poesia triste, mas que remete a coisas boas também.
Parabéns, meu amigo.
grande abraço
Nobre Cláudia , a alegria de ontem , são jardins esquecidos, sem flores regadas
Gratidão pela nobre visita!
Abraço poetisa.
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