Cecilia

OFICINA

                OFICINA

 

HÁ TEMPOS ESQUECIDOS, NO SÉCULO PASSADO,

DEI GUARIDA A UM AMOR INÚTIL, SEM SENTIDO.

UM AFETO INCÔMODO, INTRIGANTE,

COMO A  PEÇA DE UM MECANISMO

QUE SOBRA NAS MÃOS DO MECÂNICO,

DEPOIS QUE A MÁQUINA É POSTA A FUNCIONAR,

PERFEITAMENTE.

 

ACONTECIA, ÀS VÊZES.

JÁ VI, NA OFICINA DO MEU PAI.

 

COMO A PEÇA, QUE NÃO SE AJUSTA E NEM FAZ FALTA,

NO LOCAL EXATO PARA O QUAL FOI PROJETADA,

TAMBÉM ME SINTO, AGORA.

SEM ENCAIXE, DESLOCADA, DISPENSÁVEL,

EMBORA CRIADA POR QUEM SABE O QUE FAZ.

 

 

 

  • Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de Agosto de 2020 12:30
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 30

Comentários6

  • Maria dorta

    Mesmo assim,essa desvalia consegue te inspirar e sendo peça da vida, nela vai se encaixar. Bravo!

    • Cecilia

      Obrigada, Maria, às vezes a gente cede a uma certa nostalgia do tempo em que era mais capaz...

    • Hébron

      A sensação de tristeza, aquela nostalgia que parece nos tirar desse tempo nos faz tropeçar e desequilibrar... Somos falíveis, mas imprescindíveis em qualquer tempo!
      Grande abraço!

      • Cecilia

        Obrigada, Hébron,por me animar assim! Abraço

      • Edla Marinho

        São coisas que acometem a todos, amiga Cecília. Nostalgia é um tema que costuma inspirar-se também. Ainda mais nos últimos tempos.
        Obrigada por ter comentado meus singelos poemas quando eu postava com pseudônimo.
        Meu abraço e um bom fim se domingo!

        • Cecilia

          OUTRO ABRAÇO, EDLA!

        • Nelson de Medeiros

          Boa noite, poeta.

          Sempre seremos capazes de fazer e pensar no bem.

          1 ab

          • Cecilia


            Obrigada, Nelson. Um abraço

          • Vilk Andrade

            Gostei muito! Somos, a peça principal de nossa própria história.
            Um abraço!

            • Cecilia

              E, NA MAIOR PARTE NOS ENCAIXAMOS... ABRAÇO, OBRIGADA, VILK.

              • Cecilia

              • Chico Lino

                Se a gente pensar cartesianamente, o poema e poeta têm razao; mas como nao somos máquinas e temos, por enquanto, algo em nós que eles não possuem, anime--se, que se a vida é assim, então curta...

                Forte abraço, segure firme o timão, que não é cachoeira mas catarata...

                • Cecilia

                  ChicoLino, agradeço as suas palavras que me confortam. A palavra catarata é das minhas queridas. ( Não gostei de usarem-na para problema ocular. )
                  Abraço.



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