BODAS DE CORAL
Trinta e cinco anos, hoje.
Quando assumimos o compromisso
de caminhar juntos, éramos muito jovens.
Não sabíamos o que estávamos prometendo,
o que nos seria exigido em trabalho e paciência,
em desprendimento e coragem.
Com a frágil garantia do nosso amor,
empenhamos o futuro e saímos para a vida.
Quantas vêzes mudamos nossos planos,
corrigimos nossos rumos? Mas sepre juntos.
De alguma forma, com erros e acertos,
soubemos caminhar de mãos dadas
até a tranquila margem da idade madura.
Com alegria contemplamos
a parte da nossa obra que todos podem ver:
o nome honrado, os filhos bons e decentes,
o padrão de vida digno, o respeito e a amizade
dos que nos rodeiam.
Mas com secreto orgulho curtimos a obra particular,
que só nós sabemos: as dificuldades vencidas,
os ajustes conseguidos, os defeitos vencidos a dois,
o crescimento de cada um como pessoa,
em contato com as qualidades do outro.
E o convívio, que não é o ajuste perfeito
de duas engrenagens que funcionam bem, acopladas,
sem valor nenhum fora do mecanismo.
O convívio feliz, que é uma harmonia
profunda e inabalável entre duas pessoas,
que têm sua própria feição e seu próprio valor,
mas que se ajustam a cada momento,
obedecendo ao ritmo mutante da vida.
Há trinta e cinco anos,
queríamos viver muito tempo juntos.
E hoje, nos basta a mesma coisa:
viver mais tempo juntos.
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de agosto de 2020 20:50
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 28
Comentários4
Uauuuuu!!! Que coisa mais comovente e linda Cecilia!
PARABENS!!!!!
10 pra vocês.
1 ab
Obrigado, Nelson. Foi a graça de ter um homem bom sempre comigo. Abraço
Cecília, que lindo poema, carregado de emoção da história de uma vida, um testemunho de amor.
Parabéns!!!
Abraço
Hébron, obrigada. Foi mesmo uma linda história, que ainda está sendo, por meio do amor dos filhos e netos de um homem bom.
Bom dia, Cecília.
Meus parabéns pelas bodas!
Que sejam muito felizes por muito... muito tempo mais! Lindo seu poema.
Meu abraço.
Marina, obrigada. Um amor grande se derrama no entorno, nas gentes, no tempo. Ainda é possível ser feliz com a família e as recordações desse amor bem vivido.Grande abraço
Cecília, em determinadas idades, não queremos saber, se "pra sempre, sempre acaba"; o viço, o fogo das paixões parecem derreter todas as linhas do infinito, só deixando o agora, o que é muito interessante, já que quem quer ser feliz não deve analisar... Belo, como sempre; mais um da Caixa de Cecília...
Obrigada, Chico Lino. A saudade do viço, do fogo das paixões é uma das doces compensações da idade Grande abraço.
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