Sei que penoso é me suportar
Façanha para heróis- dir-se-a'.
-Esta é a pura verdade!
Afirmo eu,sem medo de errar.
Viver sempre ao pé de mim
chega a crueldade cheirar.
Na minha tranquila inquietação
chego a perder noção
e perco meu eu na indefinicao.
Não sei se é mal da idade
viver em constante indagação.
Não sei se vou,ou se fico,tudo divagação,
Mas,parada não aconteco.
Sou como as ondas do mar
em seu constante ondear. Mereço?
Serei fruto ruim ou é esse pendular
e dual gênio que bifacetado,
semente não me deixa ser?
Uma coisa confesso: está difícil me aturar.
E comigo me desavenho, mais do que constantemente.
De mim fugiria se tivesse onde me refugiar
É,assim,esconder esse meu jeito de nao-ser.
Neste estranho padecer,
enfrento- me,digladio- me, lanhada ,
vivo em guerra declarada.
Mas não consigo ainda me vencer
,num combate interior,perigo fenecer.
Luto contra meu lado avesso,
lado obscuro cuja matriz desconheço.
Mas,estranhamente o aceito.
Sem ele,me diluo ,me liquefaco.
Dele tento fugir,sem ele contudo,
nao poderia existir: onde há luz
a sombra nunca deixa de se imiscuir
E,então,num pacto sensato,deixo fluir.
Maria Dorta ( escrito em 16.6.2019)
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Autor:
Maria dorta (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 14 de Agosto de 2020 23:41
- Comentário do autor sobre o poema: Poderia até ser autofagia....
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 40
- Usuário favorito deste poema: Ernane Bernardo.
Offline)
Comentários8
Boa noite, poeta. É... Realmente é quaw uma autofagia mesmo...
Mas, muito bem elabora e scrito.
1 ab
Eh eh Nelson,poeta és tu e dos bons! Não alimente minha egolatria . Sou virgula , ponto de interrogação,nunca ponto final. Agradeco- te de coração.
Mais uma situação de prazer e dor pela poesia!
Bem definida, poetisa!
Lucita és quase clarão! Grata pelas palavras bondosas.
Um belo poema, Maria Dorta!
Abraço
Uma bela obra, Maria Dorta, com uma análise de si mesma, um olhar pra dentro de si, como se cada célula cuidasse de nutrir ou se refazer...
Gostei.
Meu abraço!
Sabe, também tenho meus dias assim, quase não me aguento... Uma bela reflexão interior. Belo!
Adorei essas indagações poéticas, Dorta!
..".Luto contra meu lado avesso,
lado obscuro cuja matriz desconheço"...
Bom domingo!
Maravilhoso minha querida menestrel Maria Dorta, adorei, ótimo Início de semana repleto de inspirações, um forte abraço.
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