Curva

vander.txt

Ouço a chuva forte, ouço seus medos atingindo o chão.

O “tic tac” do relógio acompanha os batimentos do meu coração.

Jogo pensamentos fora, digo palavras em vão.

 

Tudo ao meu redor parece me pressionar.

O mundo se fecha ao meu redor a me sufocar.

Tento buscar refúgio nas lembranças, estou prestes a fraquejar.

 

Nada justifica o fato de que tudo se fragmenta no acaso.

Nada justifica o fato de que tudo, cada vez mais, dá errado.

Nada justifica o fato de que tudo, no fim, vai virar cacos.

 

Minha mão formiga com a sensação de segurar a dúvida.

A dúvida sobre os caminhos que vem a seguir deixa minha visão turva.

Ela me questiona quem sou, para onde vou, me vejo derrapando na curva.

 

Derrapo na curva da vida.

A dor abre minhas feridas.

Tudo desaba, não há voltas e nem saídas.

  • Autor: vander.txt (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de outubro de 2024 13:24
  • Comentário do autor sobre o poema: Curva remete ao meu estado emocional intenso, marcado pela angústia, incerteza e a sensação de estar perdido em um turbilhão de emoções. com a imagem da chuva forte, dos medos atingindo o chão e do relógio "tic tac" tentei criar uma atmosfera de tensão e urgência, para tentar mostrar minhas sensações durante esses momentos.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 18
  • Usuários favoritos deste poema: Claudio Henrique
Comentários +

Comentários2

  • Claudio Henrique

    As gotas, caindo no chão como representação dos nossos medos, a sensação de futilidade ao não poder fazer nada diante disso... Parece que diante do presente assustador, tentar buscar refúgio no passado parece a única opção. A névoa de pessimismo que invade a leitura, de que nada poderia melhorar a situação trágica, de que tudo culminaria ao caos. O sentimento de dúvida, sobre caminhos que não temos certeza, que nos deixam cegos diante da escolha correta, e no fim ao confrontar tudo isso acabamos nos vendo sem saída, como meras consequências da vida...
    Vanderzinho, vc manda muito divo

  • Lilian Fátima

    Eu compreendo esse estado de emoções, realmente, é desnorteador. Saudações a tua poesia



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