Ouço a chuva forte, ouço seus medos atingindo o chão.
O “tic tac” do relógio acompanha os batimentos do meu coração.
Jogo pensamentos fora, digo palavras em vão.
Tudo ao meu redor parece me pressionar.
O mundo se fecha ao meu redor a me sufocar.
Tento buscar refúgio nas lembranças, estou prestes a fraquejar.
Nada justifica o fato de que tudo se fragmenta no acaso.
Nada justifica o fato de que tudo, cada vez mais, dá errado.
Nada justifica o fato de que tudo, no fim, vai virar cacos.
Minha mão formiga com a sensação de segurar a dúvida.
A dúvida sobre os caminhos que vem a seguir deixa minha visão turva.
Ela me questiona quem sou, para onde vou, me vejo derrapando na curva.
Derrapo na curva da vida.
A dor abre minhas feridas.
Tudo desaba, não há voltas e nem saídas.
- Autor: vander.txt ( Offline)
- Publicado: 16 de outubro de 2024 13:24
- Comentário do autor sobre o poema: Curva remete ao meu estado emocional intenso, marcado pela angústia, incerteza e a sensação de estar perdido em um turbilhão de emoções. com a imagem da chuva forte, dos medos atingindo o chão e do relógio "tic tac" tentei criar uma atmosfera de tensão e urgência, para tentar mostrar minhas sensações durante esses momentos.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 35
- Usuários favoritos deste poema: Claudio Henrique
Comentários3
As gotas, caindo no chão como representação dos nossos medos, a sensação de futilidade ao não poder fazer nada diante disso... Parece que diante do presente assustador, tentar buscar refúgio no passado parece a única opção. A névoa de pessimismo que invade a leitura, de que nada poderia melhorar a situação trágica, de que tudo culminaria ao caos. O sentimento de dúvida, sobre caminhos que não temos certeza, que nos deixam cegos diante da escolha correta, e no fim ao confrontar tudo isso acabamos nos vendo sem saída, como meras consequências da vida...
Vanderzinho, vc manda muito divo
Eu compreendo esse estado de emoções, realmente, é desnorteador. Saudações a tua poesia
A habilidade de expor sentimentos em poesias não é para qualquer um. Parabéns por seu dom!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.