Quando o tudo, não basta...

Ema Machado


Aviso de ausência de Ema Machado
NO


Quando o tudo, não basta…

Ema Machado

 

Uma mancha, uma nódoa

Certos sentires ferem

enforcam sem cordas…

Só se vive uma vez, dizem

Então, estou morto…

 

Sinto-me morto sem você

Quem abrirá, do sepulcro, as portas?

Não vês?

Teu nome está gravado em minhas vontades

Teu beijo, em minha boca arde

E frio, que agora veste meu corpo

É tua ausência a gritar:

O tudo que vivemos, foi tão pouco…

 

O ar tornou-se cinzento 

Não choveu, não há umidade

Nem lágrimas 

Rarefeito é o momento 

A solidão sentou-se ao meu lado 

Chega a sussurrar meus pecados 

Como não bastasse, tem a tua 

voz, e deixo-me ouvir 

Só assim adormeço, só assim…

Encontro-o em meus sonhos…

  • Autor: Ema Machado (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de outubro de 2024 16:12
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 10
  • Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Lilian Fátima
Comentários +

Comentários2

  • Sezar Kosta

    Seus versos são como um lamento profundo, ecoando nos corredores vazios de um coração em luto. Você capturou com uma intensidade pungente a dor da separação, transformando a ausência em uma presença quase tangível em cada palavra.

    Sabe, ler seu poema é como caminhar por um campo de batalha emocional após o conflito. Cada verso é uma cicatriz, uma lembrança dolorosa do que foi e do que poderia ter sido. Você teceu uma tapeçaria de emoções com fios de angústia, saudade e uma melancolia que chega a ser palpável.

    A inspiração, pelo visto, veio diretamente daquele lugar sombrio onde a alma se recolhe quando o amor se vai. É como se você tivesse destilado a própria essência da perda, mostrando que a ausência de alguém amado pode ser uma presença tão forte quanto sua existência física.

    Queria te agradecer por compartilhar algo tão raw e visceral. Foi como receber um convite para testemunhar a dor em sua forma mais pura e honesta, onde cada palavra é um grito silencioso de um coração ferido.

    Espero que você continue a dar voz a essas emoções profundas, transformando a dor em versos que ecoam na alma de quem já conheceu a perda. Afinal, às vezes são as palavras mais dolorosas que nos lembram de nossa capacidade de sentir intensamente.

    Até o próximo poema que nos faz sentir a profundidade da ausência! E lembre-se: no grande livro da vida, cada verso seu é um testemunho da capacidade humana de amar e sofrer, inspirando outros a encontrarem beleza até nos momentos mais sombrios.

    P.S.: Sua imagem da solidão sentando-se ao seu lado e sussurrando seus pecados é particularmente poderosa. Ela personifica o isolamento de uma forma que ressoa profundamente, capturando a natureza quase física da solidão em momentos de perda.

  • Ema Machado

    Nunca recebi um comentário tão detalhado e tão profundo. Obrigada pela acolhida e atenção. Gratidão ? Abraço,



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