PODRE FRACO E VIL

Nelson de Medeiros

Seguia o bardo, quando atenta num pedinte

à beira da calçada... Magro e maltrapilho!

Sua figura parecia um estribilho

de canção onde a dor ressoa com requinte!

 

Mas, a miséria alheia não foi empecilho

para que o orgulhoso, no momento seguinte,

desviando o olhar com soberba e com acinte,

seguisse altivo, carregando o falso brilho!

 

Só que o pedinte não viu a arrogância fria

no mais pobre do que ele, de mau porte,

levando uma! Alma de sentimentos vazia!

 

E, vendo a cena triste, o bardo refletiu

sobre a soberba, sobre o orgulho, sobre a morte,

e, como o ser humano é podre, fraco e vil!

 

01/10/2024

Nelson de Medeiros

  • Autor: Nelson de Medeiros (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de outubro de 2024 10:15
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 20
  • Usuários favoritos deste poema: Lim, Maria dorta
Comentários +

Comentários2

  • Maria dorta

    Muitas vezes o humano ser,mesmo os sensíveis,de boa alma, se esquiva de ver ( e de ajudar,) esses pobres seres humanos ,pedintes, esmolando na calçada...esquivam_ se de ver e de ajudar e passam altivos. Um dia algo lhes faltara' e eles se tornam mendigos de amor,de ternura,,de uma mão amiga ou um bom ouvinte para emprestar_ lhe o ouvido e vai lembrar_ se de quanto sua vida foi oca,pouco sensível e sua altivez e orgulho não serão umcobertor para aquecer' lhe o frio da alma,nem do corpo.

  • Lilian Fátima

    Há muito dessa situação no cotidiano, nos deparamos com casos de dor, desamparo e moléstias que não tem um olhar mais humano e caridoso de outras pessoas, muitos ficam indiferentes a tudo ao redor. Lamentável. Saudações a tua poesia, Nelson. Abraços



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.