Nelson de Medeiros

PODRE FRACO E VIL

Seguia o bardo, quando atenta num pedinte

à beira da calçada... Magro e maltrapilho!

Sua figura parecia um estribilho

de canção onde a dor ressoa com requinte!

 

Mas, a miséria alheia não foi empecilho

para que o orgulhoso, no momento seguinte,

desviando o olhar com soberba e com acinte,

seguisse altivo, carregando o falso brilho!

 

Só que o pedinte não viu a arrogância fria

no mais pobre do que ele, de mau porte,

levando uma! Alma de sentimentos vazia!

 

E, vendo a cena triste, o bardo refletiu

sobre a soberba, sobre o orgulho, sobre a morte,

e, como o ser humano é podre, fraco e vil!

 

01/10/2024

Nelson de Medeiros