Seguia o bardo, quando atenta num pedinte
à beira da calçada... Magro e maltrapilho!
Sua figura parecia um estribilho
de canção onde a dor ressoa com requinte!
Mas, a miséria alheia não foi empecilho
para que o orgulhoso, no momento seguinte,
desviando o olhar com soberba e com acinte,
seguisse altivo, carregando o falso brilho!
Só que o pedinte não viu a arrogância fria
no mais pobre do que ele, de mau porte,
levando uma! Alma de sentimentos vazia!
E, vendo a cena triste, o bardo refletiu
sobre a soberba, sobre o orgulho, sobre a morte,
e, como o ser humano é podre, fraco e vil!
01/10/2024
Nelson de Medeiros