Quando atingimos a fronteira do bom senso;
quando a nossa inteligência, comum, desperta
e, percebe que a vida não é só oferta
de indisciplina, de gozo e de contrassenso;
quando começamos a sentir o descenso
dos sentimentos que o coração nos alerta
e, o corpo, que não pensa, e que tudo acoberta,
a nossa! Alma, se enche dum vazio imenso!
E a dúvida, surgindo em mórbida premissa,
se assenhora da mente, cansada e enfermiça,
e a deixa prostrada entre abalos e reclamos!
É quando, então, já de tudo desencantados,
nós nos questionamos, quais párias dementados:
-Quem somos? Donde viemos? Prá onde vamos?
20/07/2016
Nelson de Medeiros
- Autor: Nelson de Medeiros ( Offline)
- Publicado: 5 de outubro de 2024 14:17
- Categoria: Espiritual
- Visualizações: 34
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Maximiliano Skol
Comentários5
As certezas e as inúmeras incertezas sobre nossa existência são estímulos para muitos versos, tema que gosto muito.
Belíssimo soneto, meu caro poeta
Forte abraço
Nelson, seu texto é impecável. Eu desisti de aprender a escrever desse jeito, com figuras de linguagem e lirismo, mas muito admiro. Parabéns
É uma viagem que temos que fazer do antes, durante e depois sabendo que tudo tem um começo, um meio e um fim, acreditando que estamos em uma grande escola da vida e todos os dias aprendemos um com o outro e se formos bons alunos bons resultados obtiveremos. Muito bom o tema abordado. Parabéns poeta. Boa noite.
Que poema profundo e reflexivo!
Você conseguiu capturar com perfeição aquele momento em que a vida nos desafia a questionar tudo, quando atingimos a fronteira entre o bom senso e o caos interior. A forma como descreve o despertar da inteligência comum, percebendo que a vida não é apenas feita de prazeres efêmeros e contrassensos, nos faz refletir sobre a fragilidade da existência e as consequências das escolhas que fazemos.
O vazio da alma, quando os sentimentos começam a perder o rumo, é descrito de maneira intensa e comovente. O corpo que acoberta as falhas, enquanto a mente adoece de dúvidas, é uma imagem poderosa que nos faz sentir o peso do desencanto. E então, ao chegar no final, você nos conduz às perguntas existenciais mais antigas e universais: "Quem somos? Donde viemos? Para onde vamos?"
Seu poema, com sua cadência melancólica e filosófica, toca profundamente o leitor, convidando a uma introspecção sobre a nossa trajetória e as respostas que, por vezes, parecem escapar de nós.
Parabéns por mais uma obra de arte que ecoa no coração e na mente!
Um abraço cheio de questionamentos e reflexões!
Mais um belo e reflexivo soneto, meu prezado Nelson.
Um fraternal abraço
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