A OFICINA DO SER

Sezar Kosta

Na oficina do ser, a vida se entrelaça,

Cada um com suas ferramentas:

Um pincel simples, uma lixa desgastada,

O martelo firme que racha a pedra,

Cada golpe, uma escolha, uma chance.

 

Há aqueles que manuseiam os elementos básicos,

Pregos e tábuas, para erguer abrigos seguros,

E aqueles que, com argila nas mãos,

Modelam sonhos frágeis e belos,

Enquanto outros, com metais e fogo,

Forjam armaduras contra as tempestades.

 

Acariciando o barro, moldável e quente,

As mãos que criam, que transformam,

Um vaso pra flores, um abrigo pra dor,

Em cada gesto, um ato de coragem...

De criar, de quebrar, de recomeçar.

 

Mas cuidado, oh artífice do destino,

Pois a mesma lâmina que faz o corte,

Também pode curar ou ferir,

A responsabilidade está em quem faz uso,

Na forma que utiliza o material com sabedoria.

 

Existem também os que, por descuido ou desatino,

Usam os mesmos instrumentos para destruir:

No fogo das paixões descontroladas,

Queimando as pontes que poderiam atravessar;

E nas lâminas afiadas da inveja,

Cortando os laços que poderiam salvar.

 

Vamos, juntos, aplicar o que temos,

A bondade como a cola que une,

O amor como a tinta que dá cor,

Pois as ferramentas da vida,

São capazes de nos erguer ou derrubar,

Cabe a nós, com sabedoria e propósito,

Decidir como vamos utilizá-las.

 

Que possamos, então, forjar com esperança,

Construindo pontes onde há abismos,

E com cada prego, com cada martelada,

Superar os obstáculos que nos separam,

Aplicando nossas ferramentas,

Para nosso benefício e dos outros,

E assim, juntos, moldando um mundo melhor para todos.

  • Autor: Sezar Kosta (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de julho de 2024 07:57
  • Comentário do autor sobre o poema: Olá! Neste texto, meu objetivo foi montar uma caixa de ferramentas emocional, onde cada instrumento representa uma habilidade para construir uma vida plena e significativa. A inspiração? Bem, digamos que meu coração decidiu abrir uma loja de bricolagem existencial, onde cada cliente podia escolher as ferramentas certas para reformar sua própria alma! Neste poema quis fazer um manual de instruções para a vida, onde cada ferramenta representa uma habilidade, uma escolha ou uma experiência que molda quem somos. É uma celebração da diversidade humana e do poder que temos para construir nossas próprias realidades. O texto começa nos convidando para uma oficina universal, onde cada pessoa é um artesão de sua própria existência. As ferramentas mencionadas - pincel, lixa, martelo - são metáforas para as diferentes abordagens que as pessoas têm na vida. Há uma progressão no poema, mostrando como usamos nossas "ferramentas" de maneiras diferentes: alguns constroem abrigos (segurança), outros moldam sonhos (criatividade), e alguns forjam armaduras (proteção). Isso reflete a variedade de estratégias que as pessoas usam para navegar pela vida. O poema também aborda a dualidade de nossas ações. A mesma ferramenta pode criar ou destruir, curar ou ferir. É um lembrete da responsabilidade que temos em nossas escolhas e ações. Há um aviso gentil sobre o uso descuidado de nossas "ferramentas", mostrando como emoções negativas podem nos levar a destruir ao invés de construir. É um chamado à consciência e à sabedoria em nossas ações. O final do poema é um convite para usarmos nossas habilidades e recursos de forma positiva, construindo pontes onde há abismos. É uma mensagem de esperança e unidade, lembrando-nos que temos o poder de moldar não apenas nossas vidas, mas o mundo ao nosso redor. E você, que ferramentas guarda na sua caixa da vida? Um martelo de determinação? Uma chave de fenda de flexibilidade? Ou quem sabe um nível de equilíbrio? Compartilhe nos comentários - estamos ansiosos para conhecer as ferramentas que você usa para construir sua jornada pessoal!
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 16
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Nelson de Medeiros, Sezar Kosta
Comentários +

Comentários2

  • Shmuel

    Parabéns, poeta Sezar Kosta! Somos artesões dos nossos destinos.

    Abraços

  • Lilian Fátima

    Mais uma obra prima da tias mãos tão detalhistas e inspiração fluída. Felicitações, Sezar.



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