CRENÇA

Nelson de Medeiros



CRENÇA


Na madrugada ao bardo tu disseste:
- Vou, mas volto, meu amor te afiança!
-Nada existe que impeça esta aliança
Que acredito ter origem celeste!

-Também creio, disse o vate inconteste,
-Não há nada que supere a esperança,
Pois como fé, é virtude que encanta,
E, dela toda minha alma se veste!

Infeliz de quem a cultiva e pensa
Ser ela a mais condescendente crença,
E que, da dor, fazer ventura possa!

A esperança é falsa, lisonjeira,
É quase ideologia galhofeira,
Pois, das crenças é que mais d!Alma troça!

Nelson De Medeiros

  • Autor: Nelson de Medeiros (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de julho de 2020 10:13
  • Comentário do autor sobre o poema: Apenas uma ilusão...
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 21
Comentários +

Comentários5

  • Lilian Fátima

    As crenças que temos que nos destituem de algo ou nos impulsionam a tanto...felicitações. Abraços

  • Maria Lucia

    Poema intenso de um vocabulário rico, em versos rítmicos, muito agradáveis de ler.
    Em todos os tempos, promessas de volta, foram inspiração pra muitos poetas, é continuam sendo. A sensação da espera é inspiradora. Abraço, Nelson .

  • Hébron

    Muito bom, caro Nelson!
    Abraço

  • margaa

    Apreciei este estilo poetico agradavel de ler e assimilar

  • Marcos Valerio de Souza

    Soneto de beleza e afinação incontestes.
    Continue assim, grande poeta, nos deleitando! Abs



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