Cecilia

Extemporâneo

            EXTEMPORÂNEO

 

Semente germinando ,entre paralelepípedos

da rua principal.

 

Indiferente á aridez, e ao calor das pedras

o grão brota, com a força concentrada

de tornar-se árvore,

 para o seu dia breve,

antes dos pés e rodas que transitam.

 

Distante ainda da primeira folha

será árvore morta, natimorta,

sem futuro e sem passado.

 

Assim cresce  este amor mal nascido,

fora de tempo e lugar.

 

Antes, muito antes, do primeiro beijo

será romance findo, esquecido,

sem rastros no coração.

 

Entretanto, no pequeno intervalo

de  tempo concedido,

cresce com a força concentrada

de tornar-se eterno.

E dói.

 

 

 

 

  • Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de Julho de 2020 15:04
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 20

Comentários4

  • Merian Ravera

    E como dói rsrs!!!

    Belíssimo poema!!!

    • Cecilia

      OBRIGADA, MERIAN.

    • Hébron

      São sempre lindos seus poemas!
      Abraço

    • Chico Lino

      Lindo, Cecilia... ¨que saudades da professorinha... ¨ ; sentimentos abortados; esses deveriam ser criminalizados também?



    • Nelson de Medeiros

      Lindo o teu poema, Cecilia. Alías vc não poesia sem que seja assim.

      1ab

      • Cecilia

        Muito obrigada, Nelson, meu amigo fiel. Como eu me encolheria sem os delicados comentários de meus amigos!



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