Aviso de ausência de Letícia Alves
NO
NO
Há um barquinho bem longe no horizonte,
divagando como eu nos meus sonhos.
O barquinho está vazio,
então confirmo que ele de fato está vagando.
O reflexo da água desenha um
espectro do barco diferente –
mais terno e claro, mais raso.
Na superfície só se sobrepõe o raso.
Contemplo a beleza, mas a acho sem fôlego,
não me intui nada. Falta a forma significante.
Aprofundo-me no barco.
A imensidão do seu vazio é o que mede o seu tamanho.
A imensidão do barco é apenas o seu nada simplório.
Ele diz muito, como quem só paira sobre a água.
Há um barco. E ele faz parte do todo.
Da água, da árvore que cria sombra
e do dirigente inexistente.
Há um barco,
que no reflexo é só um barquinho.
O barco sou eu.
- Autor: Hyun (em coreano significa: iluminado) (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 1 de novembro de 2023 09:03
- Comentário do autor sobre o poema: Reflexões momentâneas.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
Comentários2
Somos como barquinhos neste oceânico mundo!
poema incrível com bela musica , bom ler te nobre poetisa .
Abraços.
De fato o somos.
Muito obrigada pelo singelo elogio!
Sempre bom ler as suas apreciações.
Abraços iluminados!
Saudade de mergulhar no seu universo encantador , sua poesia é lindamente profunda e especialmente Bela.
Somos este barco neste reflexo da nossa própria existência, ao mesmo tempo que navegamos para ver o mundo , navegamos para dentro mais de nós...
Muitíssimo obrigada pelo seu terno comentário, querido!
Fico extremamente feliz ao saber que sentes a minha poesia.
Realmente somos todos este barquinho, navegando para o interior do mundo e do nosso próprio mundo também. Gratidão pelo complemento à ideia.
Grandes abraços cheios de luz!
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