RIO PIRACICABA
Nasci junto ao Mercado,
longe da rua do Porto. Mas o encanto
da minha infância foram cheias e vazantes,
piracemas e encontros do Divino.
O canto poderoso das águas
galgava a colina, inundava a madrugada
e me embalava o sono.
Parti, cumprindo o meu destino.
Noites, anos, recordei, grave e perfeito,
o murmúrio do salto na distância.
Volto, busco o marulho das águas
que ainda ouço em sonhos... Mas, que pena!
A voz do rio não mais vence as ladeiras.
A cidade cresceu, trepidante?
O rio definhou, maltratado?
Meus ouvidos se embotaram?
Tudo isso, e nada disso.
É que o ontem se foi, a vida passa.
Não faz sentido perseguir seus ecos!
Visito o rio, sempre um velho amigo.
Da úmida margem ouço bem seu canto rouco,
e juro eterno amor ás aguas crespas.
- Autor: Cecília Cosentino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 27 de junho de 2020 12:03
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 21
Comentários4
Parabens, poeta.
Voce é incrivel. Que talento!!!!
1 ab
Obrigada, Nelson. Sua apreciação me dá suporte. Custei a escolher esse trabalho. Pensava que ninguém iria se importar com o "meu" rio.
Nossa que poema lindo. Parabéns.
OBRIGADA,ROSANGELA. Você nem imagina o bem que me faz com sua atenção.
Obrigado, Cecília, por esta irretocável memória; temos essas águas a adubar nossas nascentes: eu, o Rio Doce; você o Remanso, Piracicaba... Forte abraço...
Chico Lino. Conheço o seu lindo rio Doce. Entendo bem o seu amor por ele. Amo os rios grandes, eles tem sortilégios...Obrigada por me ter lido e apreciado. Abraço.
Realmente muito bom, parabéns.
Obrigada, Eliabe, por ter me lido e opinado. Leio você todos os dias, e é sempre muito bom, ainda tão novo. Escreva !
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