O que escrevo

CORASSIS

O que eu escrevo tem um imposto indelével                                                                                                                                                             a não  reduzir a minha dor  ,
claro, meigo e absoluto de carinhos
o que está ínfimo, é o que talvez  registre  sobre o  amor 
para o leitor de alma branda ou pequena
o que pretendo tem voz insana
e como frutas sortidas na banca
fora de estação
nunca foi o oferecimento do que é justo e perfeito  sem  esperança!
mas cada um tem a sua como santa
e que seja absoluta  em  lutar contra  toda má herança
o que desejo tem  peso pena
não é com a morte 
é com a vida que fortifico aliança
que exista  paz serena e que a dor não engendre  raízes
a genética de meus pais se desprenderam de mim 
mas até que tento
e também  não  entendo
meus rebentos !
e a falta dos beijos que lamento
desejo menos espírito de Judas em mim!
se eu pudesse produziria em série
máquinas   do tempo
teria encomendas  a produzir para  muitas temporadas
e seriam as  pessoas com cabelos cansados , despenteados pelo tempo 
que primeiro retornariam  a seus  belos momentos !
se eu  pudesse ter uma destas máquinas  ...
a querida vila que voltaria, sim .
procuraria a Alice a primeira professorinha
de sorriso marcante  que  eu diria :
-que a minha  timidez  ainda tem marcação cerrada                                                                                                                                             em toda minha pouca audiência terrestre
e que ela é minha eterna mestra
junto com meus  pais  e avós ,
Iniciaram minha jornada
minha esperança  perto do fim, 
que não almejo chegar

  • Autor: CORASSIS (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de outubro de 2022 18:53
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 61
Comentários +

Comentários5

  • Maria Ventania

    Poesia e reflexão, saudades e pensamentos... ficou muito expressiva e maravilhosa, sua arte acompanha a vida de antes, de hoje e também do futuro. Essa máquina do tempo existe de fato: sua escrita !!! Beijos ao mestre amado.

  • DAN GUSTAVO

    Lindo, Cora...! Muito bom esse belo e poético passeio introspectivo que seus versos nos convida! Um bom dia!

  • Maria dorta

    Seu poema,parece retroceder no tempo e você,se vê lá,sem muito ter modificado. Até a lembranca da professora é feita com ternura. E sua marca é indelével na vida que segue. Aplausos. Poesia leve! Faz bem.

  • @(ND)

    Que liiindddo, amigo poeta, uma viagem no interior do interior... Amei ler-te! Abraços ! Bom dia !

  • LEIDE FREITAS

    Belíssimo poema e belíssimas recordações. Algumas coisas ficam escritas e embora indeléveis pelo tempo voltam com insistência.

    Boa noite, caro poeta Corassis!



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